A mudança de ano chegou sem grande festa. Ninguém manifesta nostalgia na despedida, apesar da única boa do ano 2020, as eleições norte americanas. Todos querem passar para o novo ano com esperança que será melhor que o anterior.
Desde
a tarde que nos chega a informação da passagem de ano na Austrália e na Nova
Zelândia, através de imagens de um grande espectáculo com fogo de artifício,
digno da escala das suas grandes cidades cosmopolitas.
Por
aqui as ruas apresentam-se quase vazias, sem brilho, com os cidadãos recolhidos
em casa, tristinhos a brindar com
aqueles que veem todos os dias. Às zero horas alguns soltam a partir dos
quintais, uns mini foguetes com efeitos especiais mínimos comprados nas lojas
dos chineses e engolem sofregamente, as passas, alinhando desejos, uns anticovid,
outros inconfessáveis e impacientes com as rotinas familiares geradas pelo
confinamento. A televisão propaga em surdina a sua programação, para onde
alguns fixam o olhar para matar o tempo e o ano velho, repleto de sofrimento e
más surpresas. O recato, o receio, a cautela e o civismo foram levados a sério, em pequenas
festas reprimidas. Todos anseiam pela
vacina anti-covid, para tudo voltar a normalidade. As temperaturas não
convidam para sair. Ainda bem
Alguns
rumaram aos hotéis para passar o fim de ano e o fim de semana num glamour
condicionado, refeições gourmet, muito luxo e certamente pouca diversão.
Consulto
a Maya e as suas previsões para o signo Peixes, diz ela que temos a carta do
eremita que indica que os Peiixes têm que fazer pausas na sua vida….(ainda
mais?) Tudo tem que ser ponderado. Nada virá ter com os Peixes. Têm que criar
estratégias, os Peixes vão estar na mão dos outros e terão um envelhecimento
precoce, atenção ao reumático. Devem recuar, ponderar e contrariar a
impulsividades.
Passo
os olhos pelas notícias de forma aleatória:
· Covid, covid, covid,…
· O Terreiro do Paço veste-se de efeitos
luminosos com as cores da União Europeia (UE) para assinalar o início da
presidência portuguesa;
· Espectáculo nocturno com drones – Escócia;
· Bruno Fernandes imparável:
· Os desentendimentos da escolta das
vacinas entre GNR e PSP;
· Anunciam-se 11 feriados de 2021, que
calham durante a semana;
· A Serra da Estrela a produzir neve
artificial, numa paisagem quanto a mim deprimente, apenas polvilhada de neve, e
as famílias a inventar que estão numa estância de ski;
· A grande interrogação, a economia
portuguesa conseguirá recuperar?
· Os Fundos Europeus de Recuperação
terão impacto visível?
· WhatsApp deixa de funcionar em milhões
de telemóveis em Janeiro;
· Informações falsas nos currículos não
resultam;
· O pai de Boris Johnson opta pela
nacionalidade francesa porque quer continuar a ser europeu;
· Para visitar o Reino Unido é
necessário ter passaporte a partir de Outubro de 2021;
· O Programa Ronda da Caridade da LBV,
continua a apoiar os sem- abrigo;
· Durão Barroso inicia funções de presidente na
Aliança Global para as Vacinas (ui, desde a Cimeira das Lajes, tudo o que faz
este senhor soa a alarme);
· Electricidade mais barata e pão mais
caro;
· Ajuda humanitária portuguesa chega à
Croácia;
· Amanhecemos com a notícia do
desaparecimento do fadista Carlos do Carmo;
· Luto nacional para segunda-feira;
“ Era a tarde mais longa de todas as
tardes que me acontecia...
Eu esperava por ti, tu não vinhas,
tardavas e eu entardecia.
Era tarde, tão tarde, que a boca,
tardando-lhe o beijo, morria.
Quando à boca da noite surgiste na
tarde tal rosa tardia,
Quando nós nos olhámos tardámos no
beijo que a boca pedia.
E na tarde ficámos unidos ardendo na
luz que morria,
E nós dois nessa tarde em que tanto
tardaste o sol amanhecia.
Era tarde de mais para haver outra
noite, para haver outro dia...”
Canção de Carlos do Carmo (poema de
Ary dos Santos)
Publicado no NVR em 6/01/2021
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