Na noite de S. João acautelavam-se os vasos que normalmente
embelezavam as varandas e escadas exteriores, porque nessa noite eles
desapareciam. Os rapazes juntavam-se e nessa noite escondiam todos os vasos que
encontravam. Ainda dava trabalho. Era preciso arranjar um palheiro ou armazém
para os esconder, transportá-los em silêncio, regá-los se por acaso decidiam
esconde-los por mais de um dia.
Isto gerava sempre um grande falatório na aldeia, todos a
fingirem-se incomodados pelo desaparecimento dos seus vasos, sabendo
perfeitamente que mais dia menos dias ele apareceriam.
Depois apareciam todos juntos num canto qualquer da aldeia,
normalmente junto ao chafariz ou nas Fontes e cada um tinha que os transportar
para casa.
Houve alguns anos em que retiravam da loja, os burros de quatro patas, e amanheciam numa varanda. Sempre admirei estes foliões
porque carregar um burro para uma varanda não era fácil.
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