22 junho, 2024

Onde fica a casa do meu amigo


 Revi em boa companhia - cinema sem pipocas.
Responsabilidade e amizade.


19 junho, 2024

A arquitetriz

 

Só para bookaholics

O VELHO NOVO E ÚNICO

 









RECRUTAMENTO DE PROFESSORES - promoções

 


RECRUTAMENTO DE PROFESSORES - promoções

(Brevemente saldos e black friday).

Lembraram-se agora de retirar o serviço administrativo...

Primeiro cansaram-se os professores, congelou-se o tempo de serviço e logicamente as carreiras, aumentou-se-lhes os horários com o truque da componente lectiva e não lectiva, depois promoveram-se avaliações entre pares para todos andarem à porrada, branquearam-se os problemas disciplinares dos alunos, deixaram que os pais opinem sobre tudo em grupos de watts app, acolhendo queixas e reclamações e depois tentam cativar os professores exaustos com 750€ ilíquidos.

Primeiro ri e depois continuei a rir, conforme chegavam reacções ao meu telemóvel. Contar com os professores aposentados ou com os que têm idade para se aposentar não é solução.

O ministro, este e os anteriores, ainda não percebeu que existe uma verdadeira exaustão por parte dos professores mais velhos, e que se deve a diversos factores entre os quais esta profissão ser, efectivamente, de desgaste rápido e todos anseiam ir embora, sair do Sistema porque não aguentam mais. Depois dos 60, os professores estão tão cansados, que é visível para a família destes, sim, porque os professores também têm família, que dificilmente os apoiarão a regressar às aulas ou a prolongar a profissão; os problemas de saúde surgem em catadupa, como costumo dizer “se não é do cú, é das calças”.

Recorrer a professores já reformados, aproveitar os imigrantes que eram professores nos países de origem e atribuir 2 mil bolsas a alunos que escolham os cursos de ensino são algumas das ideias do Governo para combater a falta de docentes, poderiam ser ideias geniais, mas não são. Ou a profissão é altamente valorizada, dignificada, respeitada e protegida, ou nada feito.

Já todos perderam a paciência ao serem desrespeitados em sala de aula, anos e anos seguidos. Ninguém está para se aborrecer com os excessos que se cometem:

·      Confrontar alunos devido ao telemóvel?

·      Interromper aulas a cada 3 minutos para exigir silêncio e concentração?

·      Ser insultado e ameaçado?

·      22h de aulas semanais mais apoios que em muitos casos se convertem em aulas?

·      Computadores velhos e internet lenta para atrapalhar toda a gente?

·      Salas de aulas geladas no Inverno e sufocantes no Verão?

·      Directores a mandar nisto?

·      Inspectores a quererem mostrar serviço?

·      Agrupamentos de escolas para agigantar problemas?

Alguém acredita que contratar professores emigrantes será bom? Lembrem-se que exigem a todos os professores, que sejam professores de português – iremos ter o português brasileiro e o português do Bangladesh? Será bom? Deixamos de ser exigentes?

“Quase mil alunos estiveram desde o início do ano letivo até Maio pelo menos sem aulas a alguma disciplina: Português e Matemática estão entre as mais afetadas pela falta de docentes.”

E as horas extra?

Quem aguenta fazer horas extra com o mesmo rendimento na aprendizagem? Acham mesmo que será uma solução? Quem aguenta ter mais de 5 tempos letivos por dia?

Prevê -se aumentar até 10 horas semanais extraordinárias o que representa perto de 50% de horas a mais. Quando eu tinha 20 anos teria sido um desafio interessante, desde que bem pago, agora é impossível.

Sr. Ministro é preciso muito mais! É preciso uma reforma profunda em todo o Sistema para devolver a essência da missão da escola, que é ensinar e que envolve muitas vertentes. Ensinar e educar, que parecia tão bem em qualquer projecto escolar, não deram bom resultado. A Escola não pode ser o cadinho de todos os problemas da sociedade. Ensinar tem que ser o foco. O professor não pode perder-se em tarefas burocráticas repetitivas e desgastantes, justificar o que está bem e o que está mal em 3 ou 4 documentos, que ninguém lê.

Comeram a carne aos professores e agora querem roer os ossos e acabar com a carcaça. Pôssa, quero ir embora!

Publicado em NVR em 19/06/2024

16 junho, 2024

13 junho, 2024

SARDINHAS

 Comer sardinhas assadas, sem ficar com o cabelo a cheirar a elas, não é para quem quer, é para quem pode. Aconselho e em boa companhia. .



12 junho, 2024

STO. ANTÓNIO


 Sto. António

Para desfazer equívocos, Sto. António de Vila Real, de Lisboa e de Pádua são o mesmo Sto. António, que nasceu e viveu em Lisboa e depois viveu e morreu em Pádua. Ao longo de sete séculos, as duas últimas cidades argumentaram e competiram entre si sobre a ligação a Sto. António, até que o Papa Leão XIII, para acabar com competições e teimosias sem sentido, declarou-o “Santo de todo o mundo”; talvez tenha sido o primeiro cidadão do mundo, reconhecido já morto e sem nunca saber se o mundo (Terra) era redondo ou plano.

O facto de carregar uma criança que dizem ser o Menino Jesus pode parecer que este santo terá sido contemporâneo de Jesus Cristo, mas não é verdade. António, ou seja, Fernando de Bulhões, o seu verdadeiro nome, nasceu em Lisboa, 1191 anos depois de Cristo: Como currículo breve sabemos que nasceu numa família nobre, pertenceu à Ordem Franciscana, buscava a simplicidade e a introspecção. Pregar sobre as Escrituras era a sua especialidade, levando-o a Pádua. Homem de grande cultura, deve ter sido um dos maiores intelectuais da Igreja Católica do seu tempo. Leccionou em universidades italianas e francesas e foi o primeiro Doutor da Igreja Franciscana. Faleceu em Pádua e foi canonizado, por ser considerado uma santidade. É curioso que quando o seu corpo foi transladado, descobriu-se que tinha a língua intacta, o que provaria que a sua pregação era inspirada por Deus.

Conhecemo-lo como um dos santos populares, porém tinha uma cultura literária invulgar, referenciando, para além da Bíblia, filósofos importantes da Antiguidade. Os seus sermões, para além da vertente cristã e evangelizadora, documentam uma época com a sua evolução social, económica, laboral e até urbanística; condenam a inveja, a avareza, a exploração do outro, a inveja, a falta de ética e o egoísmo - valores transversais a muitas épocas e sociedades, e sempre actuais. Os seus sermões serviram de inspiração a Padre António Vieira, louvando as virtudes dos seres humanos e censurando o que considerava ser o vício dos colonizadores (século XVII).

 É padroeiro dos amputados, animais, estéreis, barqueiros, idosos, grávidas, pescadores, agricultores, viajantes e marinheiros, cavalos e burros, pobres e oprimidos; é invocado para achar coisas perdidas (responso de Santo António), para conceber filhos, para evitar naufrágios e casamenteiro. Santo mais polivalente não há, não sei como pode tomar conta de tantas tarefas.

O homem culto e activo apresenta-se com um menino de tenra idade ao colo. O que representa aquele menino? Os crentes dizem ser o Menino Jesus, e quando este tem o menino do lado direito está representado como casamenteiro e quanto tem o menino do lado esquerdo como milagreiro.

    O seu significado perde-se no tempo, há várias interpretações, umas mais ingénuas do que outras, porém, o que aparentemente significa é uma profunda ligação deste franciscano ao cristianismo, numa fase de expansão do mesmo (Cruzadas século XI a XIII), em que o menino significa rejuvenescimento e força de uma doutrina.

Santo António do mundo, de Lisboa ou de Vila Real

Também tens fama de casamenteiro

Se o casamento fosse coisa sensacional

Tu próprio não ficavas solteiro.


Publicado em NVR em


11 junho, 2024

A SALA DE PROFESSORES

 


“A SALA DE PROFESSORES”

UM FILME DE ILKER ÇATAK

Ficção | Alemanha | 2023

Com: Leonie Benesch, Michael Klammer, Eva Löbau, Leonard Stettnisch

Carla Nowak, uma professora dedicada de Educação Física e Matemática, inicia o seu primeiro emprego numa escola secundária. Destaca-se dos outros docentes graças ao seu idealismo. Quando há uma série de roubos na escola e se suspeita de um dos seus alunos, ela decide investigar o caso. Carla tenta mediar entre pais indignados, colegas obstinados e alunos agressivos, mas vê-se implacavelmente confrontada com as estruturas do sistema escolar. Quanto mais desesperadamente tenta agir de forma correcta, mais a jovem professora aproxima-se do seu limite.

Oscares: nomeação para melhor filme internacional.

*****

Recomendo pelo seu realismo e porque abre vários caminhos de reflexão.


10 junho, 2024

faz 50 anos

 FAZ 50 ANOS


De crisálida a borboleta

 

              Há vinte e quatro horas, eu era uma adolescente alegre, despreocupada, feliz e hoje transformo-me numa mulher. Despi a adolescência em Luanda, pouco antes de entrar no Aeroporto Craveiro Lopes, com destino a Lisboa, já sem esperança de regresso breve. Abandono essa fase de transição da vida e adquiro competências rápidas para aceder à maturidade social.

              Entro na idade adulta, tal como uma crisálida que se transforma em borboleta, da noite para o dia, encurtando preguiças, dúvidas juvenis, inseguranças, rebeldias e acelerando a autonomia, a tentativa de um maior discernimento e responsabilidade da maturidade.

              É nesse estado do meu desenvolvimento holístico que entro no avião, desconhecendo onde me levará esta metamorfose activa que levo comigo.

              Tento resistir ao choro. Não entendo esta retirada precipitada, desconheço razões que justifiquem a determinação do pai em sair e não voltar a Luanda, após as férias. Despedi-me da minha cidade, contrariada, receando nunca mais ver os meus amigos. Nasci e vivi em Luanda os últimos anos. Sete anos, os melhores anos da minha vida, com o desabrochar da minha personalidade, da minha rebeldia, o desenho das minhas convicções e valores, numa cidade encantada, cheia de contradições e de assimetrias, mas motivadora, exuberante, apostada em crescer e em desenvolver o potencial de um território.

              Após a ceia servida a bordo, já passa da meia-noite, os pais tentam dormir. Fingimos dormir. De olhos fechados, penso em tudo que se passou nestas últimas vinte quatro horas e a despedida inesperada da cidade de Luanda, determinada pelo pai, mês e meio após a Revolução dos Cravos[1]. Luanda parecia serena e tranquila, reinava a paz em todas as ruas, porém, o pai considerou que retirar a família para a Metrópole, agora, é a decisão mais sensata e assertiva.              

              Fingimos dormir. Sim, fingimos. Como alguém poderá dormir vivendo este trambolhão impensado? Ao contrário das outras viagens de avião, não me interessa em que lugares viajamos, se vou ou não à janela, nem presto atenção a ninguém. Faço um balanço da minha vida e das inseguranças que me invadem nestas últimas horas, de olhos fechados tento controlar a minha respiração, tornando-a aparentemente regular, cadenciada e serena. Sinto que parte da minha vida foi amputada sem eu perceber as razões, e esta ferida marcar-me-á para a vida. Não me matará, mas irá moer-me toda a vida sem escolher hora ou local.

              Não consigo projectar-me no futuro, prever o que acontecerá em Setembro, quando se iniciar um novo ano lectivo, e como me irei organizar. A caminho do aeroporto, o meu pai deu indicações precisas à minha irmã que ficou em Luanda, para ir ao liceu, obter o meu certificado de habilitações do 6º ano / 1º ano do Curso Complementar e enviar com urgência para a Metrópole.

              Vou dormitando por cansaço, encostada ao braço do pai, ou melhor dizendo, o sono tropeça em mim ao longo da noite. A minha cabeça parece um labirinto de ideias e situações que me empurram para este amadurecimento repentino e prematuro, que se traduz anatomicamente, num brutal nó na garganta. Apesar de contrariada, ainda no interior do avião, decido não pressionar os pais com o regresso a Luanda. Esta mudança repentina na nossa vida, deve ser ainda mais penosa e complexa para eles, que já têm cinquenta anos e grandes responsabilidades. Aguardarei serenamente, tentarei não criar conflitos, fingirei até algum entusiasmo para que não se preocupem comigo. Terei de aprender a digerir tudo sozinha. Serei uma óptima aluna para fazer o meu curso rapidamente, se o pai conseguir suportar as despesas, confio que sim.

              Chegamos a Lisboa, sem grandes conversas, uma viagem inundada por mutismo e pessimismo. Esta viagem não se reveste de alegria nem de entusiasmo, como todas as anteriores, em que eu exteriorizava por excesso, a minha adolescência divertida e irónica. A minha metamorfose despe-se de amigos e conhecidos, recheando-me de um grande vazio existencial e revolta, sem saber o que será o meu futuro e o da minha família e o que faço ao passado. Parece-me que dispo uma túnica leve e fresca e visto uma camisa-de-forças, contendo-me, apertando-me e sufocando-me. Não me foi dado poder de decidir sobre ficar ou partir, porque apenas tenho dezasseis anos e não sou autónoma.

              Em Lisboa, não vejo militares nas ruas, nem cravos nas mãos das pessoas, como eu imaginava, vejo cerejas, lá estão elas na rua a vender, tudo parece normal, com mais animação transpirada em frases escritas em paredes, apelando à Revolução de Abril. O entusiasmo de algumas pessoas contrasta com o nosso constrangimento, a nossa contenção, os nossos sucessivos nós na garganta. Os táxis continuam a cheirar a combustível, a estofo mal lavado e o rosário continua pendurado no espelho retrovisor, a oscilar a cruz durante a viagem. Lisboa continua movimentada e parece-me iluminada já pela luz do Verão. Oiço uma carrinha com um megafone a percorrer as ruas perto do aeroporto, emitindo uma canção que apela à revolução e anuncia um comício.

              Tomamos a rota da aldeia transmontana onde os pais nasceram, onde estão as origens da nossa família e onde conservam uma casa adquirida pelos pais no pós-guerra. Vivi nessa aldeia alguns anos da minha infância e nas férias dos últimos quatro anos.[2] Este ano não é igual, não sinto ansiedade, nem alegria, ao pensar no reencontro familiar. Sinto peso na alma, como se carregasse um fardo de toneladas de saudades, que já se manifestam, recentes e densas e que me asseguram tristezas futuras, amanheceres apáticos e entardeceres melancólicos.

              Passamos por Coimbra para ver a minha irmã mais velha que estuda História, na Universidade. Coimbra mantém o seu ambiente estudantil.

              “Nem mais um soldado para a Guiné”, vejo escrito junto às Escadas Monumentais. Dirigimo-nos para a Rua da Matemática, junto à Real República dos Corsários das Ilhas. Agora é diferente das outras vezes. Os meus pais expressam cansaço e desânimo, apesar da alegria do reencontro com a minha irmã. Não conversamos sobre ontem, sobre a despedida nocturna da cidade de Luanda. Esta é uma cumplicidade silenciosa que guardaremos para sempre no interior do nosso coração. Falamos do crescimento da minha sobrinha pequenina, que ficou em Luanda, sobre as suas primeiras palavras e as suas travessuras. Falar sobre uma criança sempre dá cor aos diálogos, pacifica a nossa mágoa e imprime alguma esperança no futuro.

 

 

.10 de Junho de 1974 - a revolução aconteceu há menos de dois meses e está viva na memória de todos. As cerimónias fascistas realizadas no Dia da Raça, em anos anteriores, para exaltar o Portugal do Império Colonial, fizeram, este ano, uma pausa para ajustar reflexões e procedimentos, coordenados com a revolução e com o Portugal democrático.



[1] O silêncio do kisanji, segundo livro desta trilogia.

[2] O fato que nunca vestimos, o primeiro livro da trilogia.


In "De cereja em cereja beijo o verão" de Anabela Quelhas

Calaram o poeta

Calaram o poeta.

A DESOMENAGEM A CAMÕES

1524- 2024

Quando os medíocres têm reconhecimento público como grandes artistas.

José Aurélio, dizem ser grande escultor, aqui não estava inspirado.

E quem lhe pagou não sabe gerir o nosso dinheiro.

Os meus alunos teriam melhores ideias.

Dizem ser uma estilização...

ERRADO!

Isto é uma minimalização mal amanhada.

A Casa da Moeda ridiculamente em baixa.

E a amora é pra que? Serão azeitonas em forma de amora?






09 junho, 2024

REVIVER

 https://www.youtube.com/watch?v=4Xis3dXKgS4


REVIVER DAY DREAM

26 LÉS-A-LÉS

 


Primeiro votar depois Penafiel na chegada.

Entretanto...



08 junho, 2024

A MENTIRA faz 20 anos ou a descoberta da verdade

 

Uma urgência urgente

Uma história mal contada

Um fingimento de entendimento de uma história mal contada, 

uma urgência desmedida, de algo que não se entende,

 e eu a fazer-me desentendida.

Nas primeiras palavras, uma edificação construída ao longo de anos, desabou de imediato o telhado e depois, foi ruindo conforme a minha reflexão aumentava sobre o tema.

A mentira tem perna curta e a verdade sempre aparece. Não sei lidar com a mentira.

A ciência, a lógica e a reflexão uniram-se para descobrir a verdade. E a verdade tornou-se clara e transparente. A minha persistência e resiliência descobriram a verdade.

Nunca suportei a mentira e nem invisto tempo a desmascarar o mentiroso, porque já não vale a pena. A mentira corrói tudo, mesmo aquilo que julgamos eterno.

Este ano, ao consultar a aplicação SNS. lembrei-me que uma grande mentira faz 20 anos, já não me lembra o mês certo, o dia exacto, porque deixou de me interessar. Quem mente, ou quem oculta a verdade, para mim deixa de ter interesse e afasto-me gradualmente, até chegar o momento do ponto final. Posso levar meses ou até anos a juntar as peças do puzzle, até ficar tudo claro na minha mente. Realizo uma pesquisa rigorosa e científica, utilizo recursos inimagináveis, até completar o puzzle.

Faz mais ou menos 20 anos, que completei o puzzle.

Estava uma mentira bem contada sobre algo, testemunhada até, e parecia tudo bater certo. Parecia. Parecia apenas.

O mentiroso esqueceu-se de detalhes das suas rotinas e esqueceu-se da minha inteligência, capaz de juntar pormenores e pistas que levariam à verdade.

Passados 20 anos, sorrio acerca da ingenuidade de alguém que acreditava que eu seria ingénua e se convenceu de que me convenceu. 

Tudo serviu para que eu clareasse a minha visão sobre os outros e sobre o mundo

in "Ensaios de escrita, um projecto sempre adiado" Anabela Quelhas

07 junho, 2024

ÁVILA


 Parador de Ávila
Palácio do século XVI




QUANDO O VELHO VIRA NOVO E ÚNICO











 

05 junho, 2024

A EUROPA

 

A Europa

Actualmente a Europa com os seus defeitos e qualidades, continua a ser desejada por muitos. Este é um dos principais focos da migração mundial. Qualquer sítio, mais seguro e com oportunidades de trabalho, transforma-se no paraíso por parte de quem passa mal, e não sabe se haverá o dia seguinte.

Vivemos este paradoxo, difícil de resolver.

            A Europa está considerada como um dos melhores lugares para emigrar com a família. Quem procura melhores condições laborais e de desenvolvimento profissional, uma melhor qualidade de vida e um ambiente culturalmente diverso e tolerante elege a Europa como objectivo, até porque sendo formada por vários países, reúne no mesmo território, várias línguas e culturas que se respeitam integralmente, e cada um com as suas valências e oportunidades.

E isto vai ser sempre assim?

A História Universal, é uma história de migrações.

Diz o velho ditado, quem está mal, muda-se. A Europa já foi sítio de saída e agora é sítio de entrada.

Antigamente o conceito de fronteira era diferente e a complexidade dos movimentos migratórios, também. A globalização gerou impactos negativos nos países mais pobres ou em vias de desenvolvimento, criando uma vontade colectiva não acomodada à míngua, predisposta para a emigração.

As sociedades relativamente bem organizadas, chegam aos mais pobres através dos meios de comunicação. Quem não quer abandonar uma rua cheia de lixo e uma vida insalubre?

 O emprego, a segurança e o respeito pelos direitos humanos são os grandes eixos de procura por parte destes movimentos. E tudo poderia correr bem, porque deverá haver lugar para todos, mas não corre. A xenofobia associada ao vínculo cultural de cada povo parecem ser algo explosivo, originando discriminação e revolta, num cenário de descontrole administrativo dos países que acolhem.

Segundo António Barreto, a construção europeia foi de tal modo feita que o que é democrático não é eficaz nem tem poder; e o que é eficaz e tem poder não é democrático.

Todos nós sofremos de um “complexo democrático”, dificultando-nos a  estabelecer limites e linhas vermelhas em várias temáticas, e é urgente ultrapassar este complexo.

O mundo precisa de ser reorganizado. As questões humanitárias devem ter prioridade no mundo político de cada país. E transitoriamente, quem recebe, deve possuir políticas de integração económica, cultural e social das comunidades africanas, asiáticas e latino-americanas, claras, assertivas e firmes.

Precisa-se de empoderamento democrático sem complexos. A nossa Europa envelhecida vive uma guerra próxima, os problemas gerados pela migração e todos querem mais qualidade de vida.

        Teremos eleições no dia 9 de Junho. Todos nós sabemos pouco acerca cada “família” política europeia, limitamo-nos a estender o voto nacional à Europa. O cenário europeu deve ter outro nível de estratégias e de entendimento, que por vezes nos escapam, mexem com muitos interesses e com tendências do tabuleiro político mundial. Deveríamos contrariar esta iliteracia… levamos apenas com as consequências, sem termos voz activa sobre o que queremos ou não. Só podemos votar em algo que nos é distante, quando o que está verdadeiramente em causa é uma nova ordem mundial. Como cruzar melhor a economia, a política e a cultura, nunca esquecendo o seu lema, “Europa unida na diversidade”

Publicado em NVR - 05/06/2024 

03 junho, 2024

Igreja matriz de Nossa Senhora de Cárquere

 Igreja matriz de Nossa Senhora de Cárquere é fácil investigar a história desta edificação que se cruza com a História de Portugal - o local de cura milagrosa de D. Afonso Henriques. 

Interessa-me  sobretudo aquilo que poucos vêem e sabem.

Vejam atentamente as imagens - uma ideia genial do responsável pelo restauro desta igreja. Altares deslizantes através de um carril permitem visualizar  os murais mais antigos, que se localização na parte posterior.

Os altares deslizam para o centro, quase escondendo o altar-mor, sendo assim possível ver as pinturas laterais escondidas pelos primeiros.

Só não divulgo como isso se faz para proteção do sistema. AQ