Quero que saibas que vale a pena, vale muito a pena.
Estive no Hermitage. Estou sufocada por tanta beleza. Lamento
não ter uma memória de elefante para conseguir registar todos os detalhes. Cheguei
a um ponto que estava absolutamente esgotada. A máquina fotográfica irá
permitir rever com calma em casa. A escadaria principal ainda é mais
interessante do que aquilo que eu conhecia através de imagens. Todos os
pormenores são delicados. A dimensão é gigantesca, as salas sucedem-se e
parecem ter sido construídas há menos de um ano, aliás uma caracterisitca do
património arquitectónico russo. Os
pavimentos de madeira, os tectos, pilares de tods as formas e feitios.
Delicadeza, delicadeza... e sapiência, quase nem olhei para as pinturas do espólio
do museu, porque isso para mim é menor. Fiquei completamente absorvida pelo
edifício. Gastaria aqui à vontade vários meses apenas para apreciar e fruir
cada pormenor. Deixaram-me entrar sem protecção nas sapatilhas. Vou dormir
embalada em mármores, lacados dourados, cores de marfim, composição
arquitectónica onde tudo bate certo... a escala é grandiosa, mas necessária
para conter tanta narrativa construtiva e proporcionalidade. Muita, muita arte.
Vale a pena vir até aqui e sentir que viver é bom perante este espectáculo
estético.
Boa noite
Diário de viagem, 3 de Agosto 2016
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