Uma
competência desmedida de diversos desempenhos – ser mulher.
Faz todo o sentido, dar destaque a um
dia sobre a mulher. E não é porque é mais um dia para comemorar, para jantar
com as amigas, com o namorado ou com o marido, como tantos outros… apenas porque
há quem continue a remeter a condição de mulher para a indignidade, tornando-se
necessário criar alertas.
Enquanto houver mulheres que são
discriminadas, porque são mulheres, vale a pena falar, dizer, escrever e até
gritar, neste dia e em todos os outros… mas neste dia pode ser que nos oiçam
melhor.
Há coisas inacreditáveis:
“Rússia vota lei que
permite bater na mulher e nos filhos uma vez por ano.” então senhor Putin?!
“Eurodeputado diz
que mulheres são menos inteligentes que os homens.” este Janusz Korwin-Mike mede as mulheres pelo xadrez?!
“Mais de seis mil
mulheres em Portugal submetidas a mutilação genital feminina” sublinho em
Portugal… sabiam? São guineenses, mas vivem em Portugal.
“Em 2016, em
Portugal foram registados 15.724 crimes de violência doméstica contra as
mulheres” acham pouco?
“Os salários das mulheres representam
entre 70 e 90% dos salários de seus colegas masculinos.” a estatística da ONU,
incidiu só sobre calceteiros, pedreiros, guarda-costas, estivadores e outras
profissões onde se exige força muscular?
“A maternidade continua a ser uma fonte de discriminação no
trabalho.” os que discriminam nasceram de chocadeira?
Esta luta
diária que envolve a maioria das mulheres, merece reflexão e destaque. É
preciso DIA DA MULHER, sim!
Claro que há
mulheres entediantes, chatas, histéricas e fúteis, assim como há homens
canastrões, primários, com mau hálito, com pêlos a transbordar das orelhas e
com a unha do dedo mínimo sempre a crescer, mas conhecem acto mais altruísta,
do que ser mãe?
Aos doze anos,
enquanto os rapazes jogam à bola, nadam na praia e estão sempre prontos para
todo o tipo de tropelias, as jovenzinhas adolescentes, doí-lhes a barriga e é
aquilo todos os meses.
Quando os
homens não assumem a paternidade, imaginem para quem sobra aquele acto de amor
tresloucado sem protecção?
Ser mulher é
quase uma missão com lutas diárias na afirmação pela igualdade em relação ao
homem, é ter uma competência desmedida de diversos desempenhos, para avaliar
constantemente fragilidades, e propor assertividade e equilíbrio, anulando
desigualdades.
Ser mulher é
ser sensível, mas determinada nos seus objectivos e tem algo intrínseco à sua
condição de género, que a leva a gerir contrariedades e ser pacificadora. A
mulher tem pouca força muscular, mas tem força mental para dar e vender. Há um
encantamento que lhe vem dos genes e da alma, que a torna delicada e feminina. Tenho
orgulho em ser mulher.
Mas se for
apenas um pretexto para ir jantar fora com o marido, quebrando a rotina duma
relação, ou para alguém lhe oferecer uma flor, qual é o problema?
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