Em 24 de setembro de
2018, a sede das Nações Unidas reuniu os líderes mundiais para a denominada
Cimeira da Paz desta vez em homenagem a Nelson Mandela; quase 100 Chefes de
Estado criaram uma declaração política empenhada em construir um mundo melhor,
mais justo, pacífico, próspero, propondo o período de 2019 a 2028 como a Década
da Paz de Nelson Mandela,
Escolheu-se Mandela
para representar a paz no mundo, devido ao seu perfil de ser humano humilde,
tolerante e à sua capacidade de perdoar e manifestar compaixão pelo outro,
reconhecendo ainda a sua contribuição para a luta pela democracia e pela paz no
mundo.
“Decidimos ir além
das palavras na promoção de sociedades pacíficas, justas, inclusivas e não
discriminatórias”, prometeram os líderes e declarando também que o racismo,
a xenofobia e a intolerância representam exactamente o oposto dos objectivos
das Nações Unidas. Sublinharam o seu foco e empenho em proteger os direitos das
crianças, especialmente em conflitos armados. “Proteger as crianças
contribui para quebrar o ciclo de violência e lança as sementes para a paz
futura”, afirma a Declaração.
A Declaração, refere
ainda. “É claro que a paz duradoura não é alcançada apenas pela ausência de
conflito armado, mas é alcançada através de um processo contínuo de diálogo
positivo, dinâmico, inclusivo e participativo”.
Esquecemos isto, e cá
estamos em 2024 a comemorar mais um dia Internacional de Nelson Mandela, a 18
de julho, e estamos à beira de uma guerra mundial, porque em vez de se
trabalhar para a paz, tem-se trabalhado para a guerra, ignorando as crianças e
os desprotegidos, com um balanço absolutamente deplorável para a Humanidade,
formado por milhares de mortos e de famílias desaparecidas e enlutadas. Quem
invade perde razão, porém, eu aposto “todas as fichas” em diplomacia para
atingir a paz. Violência gera violência, portanto a guerra não é o caminho.
Sobre a década de paz,
parece que tudo correu mal, e pouco se cumpriu destas belas intenções, o que
merece sempre mais uma reflexão.
Partilho a mensagem que
António Guterres, Secretário-Geral da ONU, deixa sobre o Dia Internacional
Nelson Mandela 2024, que é divulgada em todo o mundo; apesar de referir os
direitos humanos e a proposta para construir um mundo melhor, estranhamente, e
isso indigna-me, não sublinhou a necessidade urgente de parar as guerras.
“Nelson Mandela
mostrou-nos a extraordinária diferença que uma pessoa pode fazer na construção
de um mundo melhor.
E como nos lembra o tema do Dia
Internacional de Nelson Mandela deste ano – o combate à pobreza e à
desigualdade está nas nossas mãos.
O nosso mundo é desigual e dividido. A
fome e a pobreza são abundantes.
Os 1% mais ricos são responsáveis
pela mesma quantidade de gases com efeito de estufa que destroem o planeta
que dois terços da humanidade.
Estes não são factos naturais. São o
resultado das escolhas da humanidade. Podemos decidir fazer as coisas de
maneira diferente.
Podemos optar por erradicar a
pobreza.
Podemos optar por acabar com a
desigualdade.
Podemos optar por transformar o
sistema económico e financeiro internacional em nome da equidade.
Podemos optar por combater o racismo,
respeitar os direitos humanos, combater as alterações climáticas e criar um
mundo que funcione para toda a humanidade.
Cada um de nós pode contribuir –
através de ações grandes e pequenas.
Uno-me à Fundação Nelson Mandela no
apelo a todos para que prestem 67 minutos de serviço público no Dia
Internacional de Nelson Mandela – um minuto por cada ano em que ele lutou pela
justiça.
Juntos, vamos honrar o legado de
Madiba e virar as mãos para a construção de um mundo melhor para todos.”
[https://www.un.org/en/events/mandeladay/events_2024_SG.shtml]
Publicado em NVR 17/07/2024
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