Era a tarde mais longa de todas as
tardes que me acontecia
Não esperava por ti, porque eras alguém que eu não conhecia
Era tarde, tão tarde, tardando o
beijo, que não acontecia
Quando nós nos olhámos esquecemos o
beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo
na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que
tanto tardou o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Abraçados nós dois, como se tudo
no mundo fosse alquimia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu
corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a
tristeza
Meu amor, meu amor
Foi a noite mais bela de todas as
noites que se viveram
Foram noites e noites que numa só
noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as
noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
que à noite amando se deram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo embalada num cantoEssa tarde em que construímos um
sonho de profundo encanto
Essa tarde, essa noite que temos
saudade sem mágoa nem espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
para quem se quer tanto!
Poema adaptado de José Carlos Ary dos Santos (AQCD)
Sem comentários:
Enviar um comentário