27 dezembro, 2023
25 dezembro, 2023
CONTO DE NATAL
CONTO DE NATAL
Todos temos memórias.
Memórias boas e
memorias más.
No Natal tentamos
encerrar as más e reencontrar um fio condutor que nos una aos outros, pelo
menos que fortaleçam os nossos laços familiares, mesmo que a rede afectiva se
apresente danificada.
Tento sempre
reaproximar aqueles que se desencantaram com vida e com os afectos.
O humor por vezes é
uma arma estratégica e falar nos assuntos mal resolvidos, por vezes é a
consulta, que não tivemos no psiquiatra e que nos vai fazer bem. Ajudar o outro
a relativizar os dramas das suas vidas aligeira o ambiente, porque há tanta
gente pior do que nós
Este ano é difícil,
mesmo os bem-dispostos, aqueles que lhes dá muito trabalho andar chateados, os
acontecimentos do mundo pesam e é impossível ignorá-los. É urgente pensar que a
guerra não se resolve com guerra, e a fome não se elimina com caridadezinhas, e
cada vez é mais urgente colocarmo-nos no lugar do outro.
O mundo vive um estado
de avanço tecnológico que poderia erradicar guerras, fome e muitas doenças… e o
que fazemos? Guerra e mais guerra: já nem quero saber quem tem razão, quero
saber daqueles que morreram e o sofrimento da parte dos que ficaram. Mais nada.
Esta involução, que toma forma de espiral negativa, incomoda todos, mas não
conseguimos arranjar soluções para parar definitivamente com isto. É este
estado de desumanização que ensombra, este Natal e todos os dias do ano, por
mais hipocrisia que se utilize neste dia, fingindo que tudo está bem.
A ambição, o poder, a
mesquinhez, a arrogância, a prepotência o que valem, perante os lugares que vão
ficando vazios na ceia de Natal? Olhamos os lugares, onde já nem se coloca o
prato, os talheres, os copos e os guardanapos, e sentimos aquele deserto dentro
de nós, disfarçamos uma lágrima e o nosso pensamento voa contra o tempo, mas a
pressão que sentimos no peito cresce, construindo momentos de silêncio, confundidos
com distração, em que tentamos respirar fundo e ir até à janela. Desviamos as
cortinas e fingimos olhar o céu e as estrelas, tentando encontrar Cassiopeia ou
o Cruzeiro do Sul. Nada nos entristece mais do que a felicidade recordada.
Gostaria de jogar ao
rapa, mas também gostaria de ouvir o som de um kisanji entre as iluminações das
ruas, que sobrevivem neste sincelo que nos faz lembrar, que somos tão pequenos
e o tempo voa.
AQuelhas
20 dezembro, 2023
Anita deprimida
Anita deprimida
Já sou uma pessoa idosa e não devo
tomar anti-depressivos a torto e a direito. Há Natais que me deprimem, e dão-me
fastio, deixo de comer os pitos de Sta Luzia, as cristas de galo e o famoso
Bolo-rei, que só é bom, consumido na semana anterior ao Natal, animando o meu
nutricionista. Quanto mais deprimo, mais ele se anima.
Dou a volta à cidade e percebo que as
rotundas voltam a ser suporte daquelas esculturas feitas pelas crianças, com
materiais reciclados. O meu nível de ansiedade aumenta,… voltam as esculturas,
mancas e tortas, voltam as embalagens de leite, voltam os frascos de iogurte, voltam
as embalagens do sabão para lavar a roupa e este ano a novidade de pintar tudo
de prateado e pronto (o milagre da lata de spray), conferindo às peças, algo
que me faz lembrar o homem de lata do Feiticeiro de Oz ou o personagem do filme
“O herói do ano 2000”, considerado um dos piores filmes de Woody Allen.
Todos os Natais é isto, entre o bolo
de bacalhau e a rabanada, tenho de marcar consulta com a minha psicóloga,
deitar-me no sofá, recordar a minha infância e saber se tenho algo contra a
reciclagem, vegetarianos, pêlos de gato, homens calvos e os que coleccionam
selfies com o MRS… e depois vou à gaveta dos medicamentos procurar o “Natalax”,
ou Reciclovan, que estão guardados dos anos anteriores.
Esta avaliação não é só minha, alguns
não têm coragem de o dizer em público, porque envolve crianças, trabalho dos
professores, autarquia e uma aprendizagem importantíssima sobre poluição,
reciclagem e reutilização, apesar que, no final, tudo vai para o lixo (apenas
se fez um adiamento). O resultado e a forma como se expõe ao público não
dignifica nem alunos, nem educadores. Não poderemos pensar em esculturas
parecidas às da Joana de Vasconcelos, que ficariam muito bem nas nossas
rotundas, mas a sua escala é dissonante dos seus construtores.
O que falha aqui? Falha o destino e a
ambiência final.
São trabalhos frágeis, de escala
incompatível para grandes espaços exteriores, e suportam mal os agentes
atmosféricos.
Se pensam que as crianças ficam
felizes, enganam-se. Querem mostrar aos pais, as suas embalagens que os
ocuparam nestes últimos dias e não podem atravessar as ruas para ir para as
rotundas. O distanciamento é uma frustração e uma barreira que ensombra o olhar
dos petizes. Então os pais, dentro do seu automóvel, dão várias voltas à mesma
rotunda, para a criancinha ver da janela do banco de trás do automóvel,
amassando o narizito contra o vidro e embaciando-o, substituindo a euforia pelo
desapontamento por não conseguir identificar a embalagem do pacote de leite,
que levou de casa, e pelo vidro lambido e fungado.
O cidadão comum olha para aquilo e o
que pensa? Acho que deprime como eu, pensando que só faltam os pneus para ter
de apelar para o clássico Valium 10.
A intenção é boa, mas o resultado é desastroso
- andar às voltas numa rotunda com as expectativas frustradas. Criem um espaço
para expor todas as peças executadas e que permitam a visita das famílias,
adicionando-lhes alguma diversão, para marcar pela positiva o imaginário destas
crianças, sem ser a tenda da avenida, porque as crianças merecem. Para que
serve o Jardim da Carreira? Um dos melhores espaços da Bila, quase sempre às
moscas, quando poderia servir para a animação natalícia… com vendedores de castanhas,
algodão-doce, fotografias com o Pai Natal, presépios vivos, pequenos coros e
verdadeira oficinas artísticas de reutilização/reciclagem… bom, é só substituir
o que deprime, pelo que entusiasma.
Eu também tenho boa intenção, quando
todos os anos compro meias e cuecas divertidas para oferecer ao meu tio
Rudolfo, mas ele, coitado, já tem as gavetas cheias e inibe-se em usá-las fora
da época. Não resulta! De boas intenções está o inferno cheio! O meu tio
Rudolfo quando abre aquelas gavetas, deve pensar:
- A minha sobrinha desmiolada poderia
por os neurónios a funcionar, um dia destes vou mazé passar o Natal à ilha da
Madeira, já não posso ver meias e cuecas à frente.
Há um momento em que a reflexão e a auto-crítica
são passos em frente na nossa vida e na dos outros.
Vou continuar a comprar meias e
cuecas divertidas para o meu tio Rudolfo, ou compro-lhe aqueles pijamas
natalícios que há no chinês? Não será melhor comprar-lhe uma caixa de pastilhas
de gengibre ou um fim-de-semana num espaço termal, com uma boa massagem?
Publicado em NVR 20/12/2023
19 dezembro, 2023
Great Yarmouth: Provisional Figures
Great Yarmouth: Provisional Figures - cinema
*****
“Outubro de 2019, três meses antes do Brexit. Centenas de
imigrantes portugueses continuam a chegar a Great Yarmouth (…) uma vila
costeira onde Tânia (Beatriz Batarda) opera uma rede de contratação de
mão-de-obra barata para as fábricas de processamento de perus ali instaladas.”
Num reencontro feliz entre Marco Martins e Beatriz Batarda, Great Yarmouth: Provisional Figures“é um
retrato realista, sórdido e desesperançado, sobre o tráfico humano de
mão-de-obra, num mundo desumanizado e global, onde as pessoas são tratadas como
mera mercadoria e sem escrúpulos.”
Interpretação de Beatriz Batarda - top.
Uma nota final, não bastou sair de casa com zero graus
centigrados e encontrei uma sala gelada sem aquecimento, em que tive que
colocar o cachecol até ao nariz. Enfim, depois querem salas cheias!
18 dezembro, 2023
16 dezembro, 2023
ÇATAL HUYUK
Catal Hüyük (Anatólia Central, Turquia) é um dos sítios arqueológicos mais importantes do Médio Oriente, com uma ocupação que remonta a 8000 anos (6500-5700 a.C.).
Área: 13 hectares
É indicada por muitos a cidade mais antiga do mundo
(cidade neolítica).
Formada por pequenas casas unidas entre si, com entrada
localizada nos telhados, onde se desce através de uma escada de madeira. As aberturas localizadas nas partes mais elevadas das paredes servem de ventilação. A compacta aldeia, construída e
refeita ao longo dos séculos, é cercada por terras agrícolas.
O seu desenho urbano resulta na junção orgânica de vários
quadriláteros, sem qualquer ordem visível.
O material das paredes são tijolos de barro cozidos ao sol e os telhados são feitos de madeira e esteiras de junco sobre as quais é colocada uma camada de lama compactada. Essa cobertura serve para as pessoas se deslocarem e para se reunir entre elas. Não existem ruas ou locais de passagem definidos.
Os espaços habitáveis são todos muito semelhantes, deduzindo-se que fosse uma comunidade bastante igualitária, porém surgem vestígios de rituais, como o enterro. Aparecem esqueletos com pigmentos associados – ocre-vermelho e o cinábrio e o azul/verde. Curiosamente cada pessoa que morre implica a pintura das paredes, assim o número de enterros num edifício parece estar associado ao número de camadas subsequentes de pinturas arquitetónicas.
As casas organizavam-se em plataformas distribuídas consoante a sua função -para dormir,
sentar ou trabalhar, e um fogão - e separadas pelo conceito, mais limpas e mais
sujas.
Os mortos eram enterrados dentro da própria casa em
posição fetal, sob plataformas que talvez fossem usadas como cama.
Um aspecto muito marcante são as estatuetas femininas que
representam a idealização de uma divindade feminina ou a Deusa mãe. Embora
houvesse representações masculinas, as estatuetas femininas são em maior
número, não restando dúvidas.
Anabela Quelhas (arqtª)
15 dezembro, 2023
ANTECIPANDO
13 dezembro, 2023
No encalço de Espinosa
No encalço de Espinosa
Confesso que só comecei
a ler sobre Espinosa, na minha maturidade. Foi-me apresentado há muitos anos,
quando estudei Filosofia, talvez a reboque de Descartes, mas depois passei à
frente, porque tinha o mundo à minha espera e eu tinha pressa.
Como nesta vida, nada
se cria e tudo se transforma, José Rodrigues dos Santos apareceu na TV a
apresentar o seu último livro, “O segredo de Espinosa”, e este voltou a ter
lugar na conversa entre leitores. Ainda não li a obra deste autor, apenas registo
mais uma vez a astúcia do mesmo em associar a sua escrita a personalidades de
destaque na História da Humanidade.
Voltando a Espinosa,
pelas palavras de Frederic Lenoir em 2019 “O milagre de Espinosa”, resolvi
reler para poder avaliar melhor a criatividade de JRS, sobre este descendente
de sefarditas portugueses, que abalam para Amsterdam, onde nasce e onde é
excomungado pela Sinagoga Portuguesa por questionar as Sagradas Escrituras.
Procurar saber quem é
DEUS, com sentido crítico, nem hoje é confortável e muito menos no século XVII.
Qual é a verdade sobre Deus? O
que é afinal a natureza? Deus será a natureza? Deus será uma complexa equação
matemática e cósmica? Esta é uma busca proibida e depressa o jovem judeu
descobre o preço a pagar pelas suas perguntas. Os rabinos judeus e os
pregadores cristãos perseguem-no e acusam-no do pior dos crimes: heresia.
Primeiro é afastado da sinagoga, depois tentam suborná-lo. Chegam a propor-lhe
uma renda, para ele não divulgar as suas ideias filosóficas. Espinosa prefere a
pobreza em vez da mentira, mesmo correndo risco de vida. A determinação e força
do pensamento dos Homens é admirável e este jovem é determinado, porém, tem que
tomar cautela, para sobreviver na Amsterdam do século XVII, de muitos canais,
onde facilmente de faz desaparecer mentes livres.
Chegou a publicar
algumas obras com pseudónimo, mas expulsam-no da Sinagoga Portuguesa mediante “HEREM”,
com 23 anos, acompanhado por documento escrito em português. O Herem é o mais
alto grau de punição dentro do judaísmo em que a pessoa é totalmente excluída
da comunidade judaica. Um jovem de horríveis heresias que se recusa a afastar-se
dos “maus caminhos” é o motivo.
Que maus caminhos seriam
esses? Questionar-se sobre Deus, sobre a vida, sobre a morte, sobre a
superstição (esperança/medo), sobre as contradições humanas, sobre a liberdade
e sobre a felicidade – questões triviais, que muitos preferem ignorar,
independentemente da religião, para não ter que enfrentar verdades, nem sempre
confortáveis. A eterna procura da felicidade é consequência provável, devida à
perda brutal dos seus familiares mais próximos, o que o faz questionar
sobretudo a existência de Deus.
Ao ler Espinosa pelas
palavras de Frederic Lenoir, regresso à cidade dos canais, à planta cebola de Amsterdam
tentando descobrir, a rua onde viveu Espinosa, perto da casa de Rembrandt, numa
casa já não existente no bairro judeu, onde agora se localiza a igreja católica
de Moisés e Aarão. O Google Earth é formidável, é o meu recurso para eu
regressar a Amsterdam e rever a rua de Espinosa, em modo século XXI.
Há uns anos visitei a
Sinagoga Portuguesa de Amsterdam com sensação estranha, abstraí-me um pouco da
vertente do Holocausto, e fixei-me mais nos segredos que aquelas paredes
encerram, relacionados com o tribunal de excomunhões, mesmo desconhecendo se
seria o mesmo edifício no tempo do livre-pensador.
O que Espinosa
acrescenta 4 séculos depois? para além de 3 povos que o disputam, Holandeses,
Judeus e Portugueses, a sua racionalidade mantém-se actual, é um pilar básico
do método científico e é uma visão emancipadora do conhecimento.
Te gosto Spinoza,
cidadão do mundo, universalista da razão, defensor da liberdade e da igualdade!
Publicado em NVR 13/12/2023
Passage des Panoramas
O acaso nas deambulações por Paris
Passage des Panoramas (internet)
As passagens cobertas de Paris são conhecidas no mundo todo.
Elas foram construídas entre o final do século XVIII e metade do XIX, e durante
muito tempo serviram de ponto de encontro tanto da burguesia da cidade quanto
dos artistas e até de prostitutas. Muitas dessas galerias não existem mais, mas
várias resistiram ao tempo. Dentre elas, está a mais antiga, a Passage des
Panoramas, aberta em 1800.
O nome deve-se a um tipo de divertimento muito na moda na
época, chamado panorama. Em 1787, o pintor escocês John Barker cria uma espécie
de afresco que cobre toda a parede de uma torre redonda. Geralmente, essas
pinturas tinham como tema a vista de uma cidade, daí o nome panorama, e eram
mostradas na penumbra.
Em 1799, o empresário americano William Thayer compra os
direitos de utilizar esse tipo de atração na França. Assim, ele instala duas
dessas torres no lugar em que ficava o antigo hotel Montmorency, também
comprado por ele, perto dos Grands Boulevards – que, na época, nada mais eram
do que alamedas de terra, arborizadas, construídas segundo o traçado da antiga
muralha de Charles V.
Então, para criar um caminho entre essas duas torres, Thayer
manda construir uma passagem. Ela deveria ser coberta, para abrigar os
pedestres do mau tempo, e servir também de atalho para as pessoas que iam e
vinham do Palais Royal, que fica ali perto. Assim, o americano acabava atraindo
visitantes para ver seus panoramas.
O sucesso é imediato. Como a bolsa de Paris ficava ali
perto, o bairro atraía muitos investidores, e muitos deles acabaram abrindo
lojas de prestígio na galeria.
Em 1807, é o Théâtre de Variétés que se instala dentro da
passagem. Isso aumenta ainda mais movimento da Panoramas, pois, o teatro passa
a ser um dos mais importantes lugares de reuniões artísticas de Paris. Ele
ocupa o local até hoje.
O prestígio da Panoramas é tão grande, que, em 1816-1817,
ela é um dos primeiros lugares a receber iluminação a gás. E na obra Voyage
Descriptif et Historique de Paris (Viagem Descritiva e Histórica de Paris), de
1825, o escritor Louis-Marie Prud’homme chamava o lugar de « Petit Palais Royal
».
Mesmo com a demolição das torres com os panoramas, em 1831,
a passagem continua muito frequentada. Mas o prolongamento da rue Vivienne até
o Boulevard Montmartre e a concorrência de novas passagens, construídas na
época, como a Galerie Vivienne ou a Colbert, fazem com que a Panoramas tenha
que ser renovada para enfrentar a concorrência.
Uma das medidas é a construção, em 1834, de galerias
adjacentes à principal: as galeries des Variétés, de Saint-Marc, de Feydeau, de
la Bourse e de Montmartre. Assim, a passagem ganha várias entradas, ligando-a à
nova rua (Vivienne). Nessa época, as principais lojas que ficavam ali vendiam
leques, enxovais, bolsas, papeis, brinquedos, entre outras coisas.
Havia uma mais famosa e luxuosa, chamada Susse, onde em
1840, o escritor Alexandre Dumas, o pai, comprou o quadro La tasse dans la
Prision des Fous, de Eugène Delacroix, por 600 francos. Vinte e seis anos
depois, ele o venderia por 15 mil.
A passagem des Panoramas continua por todo o século XIX e
começo do XX muito apreciada pelos parisienses, atraindo um público de todo o
tipo. Mas, em 1929, a construção de um imóvel residencial faz com que a entrada
sul da passagem seja modificada. É dessa época a demolição da Galerie de la
Bourse, um das galerias adjacentes de 1834.
Em 1974, a Passagem é inscrita na lista de Monumentos
Históricos. Porém, ela está muito mal conservada, tendo sido desfigurada ao
longo de algumas transformações e sufocada por construções vizinhas. Até que,
em 1988, o sindicato dos co-proprietários resolve restaurar a Panoramas para
lhe devolver o brilho e a glória de origem.
Novas lojas são instaladas e a passagem atrai novos
públicos, incluindo os turistas. A parte principal é a mais animada. Cafés e
restaurantes de todos os tipos – francês, creperia, indiano e até orgânico –
dão vida ao lugar.
Hoje, a Passage des Panoramas é conhecida também por abrigar várias lojas de selos, cartões-postais e fotografias. Algumas partes estão precisando de restauro, mas, ainda assim, é um lugar bonito, charmoso e diferente. Quase uma viagem no tempo.