O mito de Narciso
Segundo a mitologia
grega Narciso, filho da ninfa Liríope e de Céfiso, deus dos lagos, quando era
criança, a sua mãe procurou o adivinho Tirésias para saber se o filho teria uma
vida longa. A resposta deixou Liríope perturbada e apreensiva: “Ele só viverá
muito se não se conhecer”.
Desde pequeno, Narciso
chamava a atenção pela sua beleza e conforme cresceu teve várias pretendentes,
porém, Narciso não queria saber, ninguém e nada lhe interessava e dedicava-lhes
um supremo e exagerado desprezo, sobre o que elas eram, pensavam e sentiam. Narciso
não acolhia qualquer critica, qualquer observação sobre si, até que um dia uma
ninfa pediu aos deuses uma punição para Narciso, pois a sua vaidade, soberba e
arrogância tornava-o insuportável.
Durante um passeio
pelo bosque, Narciso encontrou uma fonte de água cristalina que até então
nenhum ser vivo havia tocado. Debruçou-se sobre a fonte e, sem se dar conta de
que se tratava de seu próprio reflexo, viu um belíssimo jovem olhando directamente
para ele.
A surpresa e o
deslumbramento foram tão grandes, que Narciso não conseguia parar de olhar para
aquele misterioso rapaz. Estava, enfim, apaixonado. Apaixonado por um amor não
correspondido, pois nem abraçar o seu amado, podia. Profundamente deprimido,
Narciso deixou de comer e beber e acabou definhando à beira da fonte de água,
até à morte. Posteriormente, no lugar onde morreu, nasceu uma flor amarela e
branca, que hoje conhecemos pelo nome de narciso.
Assim, o mito pode ser
entendido como uma crítica ao egocentrismo e ao excesso de vaidade. sendo um
dos personagens mitológicos mais citados nas áreas da psicologia, filosofia,
letras de música, artes plásticas e literatura. Essa vaidade descontrolada e
admiração excessiva por si próprio, ignorando e desvalorizando o impacto da sua
ação perante os outros e o mundo, isola-o na bolha que os asfixiará. Desafeição, desamor, desânimo, desapreço,
desdém, desentusiasmo, desprezo, frieza, imparcialidade, indiferença, inércia,
repulsa e sequidão são as características de alguns narcisos que “desovarão”
por aí.
Publicado em NVR 11|10|2023
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