Hoje, a meio de uma luta que ainda não se vê luz ao fundo do
túnel, desafio todos os meus amigos a recordarem os seus professores, que mais
os marcaram.
Aos 10/11 anos comecei a gostar de desenho graças à minha
professora de desenho, que se chamava Ana Maria. Com 13 anos percebi que
todo o meu mundo se alterou, quando comecei a entender os problemas de Físico-Químicas.
Muito obrigada professora Ana Maria Grande (esposa do dr. Nuno Grande).
Que vozeirão, que sentido de humor! Que grande professora, que explicava tudo
direitinho e me ensinou a raciocinar. Nessa idade conheci a professora Mimi, Virgínia
Gama, que me acompanhou 4 anos. Uma pessoa especial, arquitecta, não colhia
a simpatia de todos, porém, reconheceu que todo o meu caderno decorado com pop
arte me conferia uma grande criatividade.
Devo agradecer a uma professora de português, que nos
apresentou os Lusíadas, ajudando-nos a interpretar, sem ser necessário
dividirmos orações. Não sei se fiquei mal preparada a português, mas pelo
menos, ganhei o gosto pela leitura e nunca odiei os Lusíadas.
Mais tarde tive um explicador de Matemática. Foi o professor
que mais me ensinou. O engenheiro Regêncio Alves, ensinou-me ao longo do ano, a
transformar notas 13, em notas 20. Foi o
professor mais importante na minha vida, passei a gostar de matemática e
ensinou-me sobretudo a trabalhar de forma organizada e a tirar apontamentos, o
que me foi útil ao longo da vida. Aprendi também a nunca desistir.
Já em Coimbra, a minha professora de filosofia deu a
disciplina sem livro – ano pós Abril. Ensinou-me
a questionar, a racionalizar a minha rebeldia, a processar informação, a
argumentar e a utilizar o raciocínio logico-dedutivo, que continuo a utilizar
sempre que tenho de resolver um problema e tomar decisões.
Na faculdade, o mestre Fernando Távora estimulou-me a viajar,
com Nuno Guedes de Oliveira aprendi urbanismo, com Siza Vieira aprendi a encontrar
soluções nos sítios dos projectos e com o arquitecto Pulido Valente aprendi construção e
humanismo. Com todos os outros, mesmo aqueles que criticaram duramente os meus
projectos, e me tentaram meter numa camisa de forças de arrogância, aprendi a
ser resiliente, muito resiliente.
Muito obrigada professores.
AQ
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