A neve é algodão, ´presépio só na
igreja de S. Paulo, Pai Natal fica na esquina da Travassos, à sombra, a soar
por baixo do fato quente e das barbas postiças, o sinaleiro vai bracejando para
o transito fluir na rotunda da Alameda D. João II, debaixo do sol tórrido de dezembro, as rabanadas quanto mais
fresquinhas melhor, dizem os mais velhos, eu nem gosto das fatias de pão que me cheiram a canela,
aroma que decide habitar o meu cabelo, estragando o cheiro de shampoo Sunsilk e
sabonete Lux na pele, o sabonete das 9 em cada 10 estrelas. A mãe na cozinha
pedindo ajuda, a salsa não chega -filha vai no Lugar comprar. Acabaram os ovos
e ainda vou fazer o bolo de bolacha que tanto gostas, vai na mercearia do sr
Manuel, e agora vai no Correio falta
enviar dois postais de Natal para a Metrópole e telegrama para avó.
O pai na varanda ajeitando cadeiras,
a petiscar ginguba e caju, a beber cola com rum e muito gelo e limão, e eu
resmungando, pela mãe não se lembrar de todos os esquecimentos de uma só vez.
Quero ir na praia de S. Jorge na Ilha, meus amigos me esperam lá, para fazer
shap shap, boiar no colchão, comprar baleizão, xingar todo o mundo e suspirar,
usando olhar de ver ao longe, para te ver de bermudas verde sporting. E eu aqui
nos mandiletes da mãe de dia de consoada, na avenida do bairro da CAOP.
Pópilas!!!
(Escrevendo à canhota)
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