Ó meu rico Santo António
Ó meu rico Santo António
Quem te deu educação?
Estás sempre de menino ao colo
Com grande determinação.
Onde vais matricular o menino
Se não vai ter professores?
Achas que aprende a ler e a
escrever
Através dos computadores?
Mostra-lhe Portugal,
O Douro e o Pinhão
E não tentes esconder
Os professores em manifestação.
Ensina-lhe os dias no calendário,
Para contar e perceber,
Que 6 anos, 6 meses e 23 dias
Não se podem esconder.
Quando o menino chorar
Trata de o acalmar,
Não lhe passes o telemóvel
Porque o estarás a enganar.
Mostra-lhe minhocas e sapos cegos
Morcegos e uma centopeia,
Mas não acredites que por aí,
Chegará à Odisseia.
Usem as palavras mágicas,
Obrigado, por favor,
Com licença e desculpe
E um dia chegará a doutor.
Ensina-lhe os seus direitos
E como poderá protestar,
Com serviços mínimos
A liberdade vai colapsar
Não te peço milagres.
A Escola só quer ensinar,
Tira-nos a burocracia
Para podermos respirar.
Santo António casamenteiro,
De aliança e diamante,
Com as escolas fechadas
Quem quer par ignorante?
Autora: Professora que não foi ao
Peso da Régua, porque tem más memórias de desfiles militares.
Publicado em NVR 14|06|2023
Escrito antes de saber sobre os porcos, se fosse depois seria muito mais acutilante.
2 comentários:
poetisa popular... falta o manjerico
o sapo cego comeu-o
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