Continuo
enfastiada com o melodrama do ministro Cabrita, preocupada com o avanço da
COVID, gosto de políticos independentes, veremos se irei continuar a apreciar Rui
Moreira e sou fã métodos nitidamente intimidatórios do Juiz Carlos Alexandre...
que querem, aprecio o estilo! Mas não me apetece escrever sobre isso.
Na semana
passada escrevi sobre esta mania recente das mulheres assumirem os seus cabelos
brancos e agora vou escrever sobre os paradigmas masculinos, nesta reflexão
vadia.
Há muitos,
muitos anos, um actor de cinema apareceu no ecrã para representar “Nove semanas
e meia”. Usava uma barba mal feita de 3 dias. Actor despojado com estilo
largadão, que fez suspirar as mulheres jovens. Homens novos, ficam bem com
barba, sem barba, com bigode, com barba de 3 dias. O ar juvenil é que lhes
confere alguma beleza. Este queria ir além disso, exteriorizando rebeldia com meia
dúzia de pêlos a jogar à sueca sobre o seu rosto.
A barba de 3
dias virou moda, não por parecer bem, mas, porque os homens são tremendamente
preguiçosos e juntaram o útil ao supostamente agradável.
45% dos
homens preferem a barba por fazer – a preguiça soma e segue, sempre são 10 minutos
que se poupam logo de manhã.
Ao longo dos
anos, a moda foi acertando a barba aos homens. Nas fotos antigas, os nossos
bisavós aparecem com uma longa barba, símbolo de respeito e dignidade.
Folheando os álbuns da família irão aparecer os homens de bigodinho fino ou estilo
victoriano (os galãs, tipo Clark Gable), os homens de bigode revirado para cima
ou guiador de bicicleta (bigode para vaidoso e excêntrico, tipo Salvador Dali),
os barbudos dos anos 60 e 70 (os revolucionários, tipo Che), os bigodes
farfalhudos, ou chevro, ou piaçaba (os pingamores canastrões, tipo Mastroianni),
o bigode ferradura (para homens que nunca riem, tipo Charles Bronson), as super
patilhas (suíça em forma de costeleta, tipo Ramalho Eanes,) o bigode âncora
(com mosca, pêra e bigode, tipo Johnny Depp) e finalmente a barba da preguiça,
que alguns acham muito charmosa - confessem a vossa ignorância sobre a arte
pilosa facial!
Uma barba de
preguiça depois dos 50 anos, começa a branquear e envelhece. Há muitas décadas,
um homem assim, nesse estado, só era possível e tolerável quando estava doente
no hospital. Um homem de barba feita apresenta um ar muito mais jovem e
saudável do que um barbudo.
Diziam que
beijar um homem sem bigode é como olhar para um jardim sem flores... Claro que
isto é uma fake, uma teoria inventada por um homem com bigode.
A empresa
Gillette questionou várias mulheres e parece que as mulheres consideram os
homens barbudos pouco atraentes ... claro que questionário de empresa que vende
lâminas de barbear tinha que terminar assim, porém, há que considerar que toda
a mulher gosta de um beijo bem dado, do tipo desentupidor de pia, ou seja, um
beijo picante... mas, nunca confunda picante, com picante, ou seja, o picante
fogoso, não quer dizer que de facto pica e arranha, provocando danos à cútis
feminina.
A barba pode
disfarçar a feiura e um bigode farfalhudo disfarça a cremalheira. Homens de
corta palha exagerado, usem bigode!
Uma barba
pode ser o armazém dos restos da refeição, o microclima das bactérias, o habitat dos virús, o viveiro de ácaros e o paraíso dos fungos. É difícil realizar uma
higienização adequada do rosto fora de casa e durante a rotina de trabalho, por
isso em tempos COVID é fácil perceber que o corte e raspagem da barba é o mais
indicado.
A barba
serve para disfarçar as rugas de expressão e as rugas da idade. Será que interessa
esconder as rugas, se depois a calvice não engana e o perímetro do abdómen excede
os 102 cm???
A revista Super
Interessante, na secção Ciência Maluca, refere que ter barba faz bem a saúde
porque protege o portador de alergias e tosse e ainda é um protector solar. Os
investigadores chegam à conclusão que o bigode serve como uma barreira de
proteção contra as bactérias trazidas pela poeira, ou seja, faz um
prolongamento dos pelos do interior do nariz, que tem a mesma função... lembrem-se
disto antes de dar um chocho a um bigodudo!!!! Shlep!
A Ciência
Maluca assegura que, se a barba for longa e cobrir parte do pescoço, as inflamações
na garganta podem durar menos tempo, porque a barba deixa a região mais
aquecida. E eu acrescento que os cantores poderão evitar o cachecol para
proteger as cordas vocais, se tiverem barba.
NÃO SE
ENTUSIASMEM!
Um estudo
europeu revela que a barba de um homem tem mais bactérias do que o pêlo de um
cão que não toma banho diariamente.
Publicado em NVR - 07/07/2021
Sem comentários:
Enviar um comentário