Anabela Quelhas—nasceu em Luanda, arquitecta, licenciada pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, discípula do arquitecto José Maria Pulido Valente.
Desenvolve regularmente actividade relacionada com arquitectura, pintura, vitral, fotografia e artes gráficas, nomeadamente ilustração.
Professora profissionalizada do ensino básico e secundário. Autora de, diversos projectos pedagógicos /artísticos – seis premiados a nível nacional – exposições pedagógicas e registos digitais
Pratica o exercício da escrita criativa e da poesia.
Livro publicado:
"O FATO QUE NUNCA VESTIMOS"
ISBN: 978-972-8546-65-6
Depósito Legal: 424472/17
Capa: Anabela Quelhas
Impressão e Acabamento: Minerva Transmontana, Tip., Lda
Antigamente é que era bom?
São retratos dum país
rural, esquecido do mundo, localizados no tempo da “outra senhora” e por quem
muita gente ainda suspira, passados mais de cinquenta anos, revelando memória
curta e coração pouco ginasticado.
O registo de episódios enquadrados num regime
político asfixiante é descrito na primeira pessoa, inspirado nos olhares
interrogativos de uma garota curiosa e atenta a uma década entre 63 e 73. O
privilégio de ter crescido dividida entre duas províncias desse Portugal
imenso, uma do Portugal Continental e outra do Portugal Ultramarino,
Trás-os-Montes e Angola, deu-lhe uma visão aberta multifacetada, sem
preconceitos, sem amarras, sem pretensões de qualquer espécie e permanentemente
questionadora da vida e do mundo que a rodeava. É um testemunho aligeirado de
“como era” aqui no Portugal Continental, possibilitando uma leitura dinâmica e
descomprometida.
A ordem apresentada é
próxima à ordem cronológica da memória, mas sem um fio condutor real, permitindo
assim e também, uma leitura desorganizada e desconstruída.
Leia e compare este
país com o resto do mundo, e a sua dimensão temporal completamente desajustada
e fracturante. As contínuas referências presentes em rodapé, são janelas que se
vão abrindo, para contextualizar de forma ainda mais visível este olhar
juvenil.
Alguns leitores talvez
activem a memória e se revejam em algumas destas histórias.
Esta obra é a primeira
de uma possível trilogia, que constitui uma narrativa triplicada, localizada em
tempos e espaços diferentes, possibilitando ao leitor presenciar o
amadurecimento crítico do seu olhar, sobre o que a rodeava, onde a realidade se
sobrepõe ao imaginário ou ao contrário, consoante os casos e a inspiração.
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