30 agosto, 2024
28 agosto, 2024
MANUEL DA FONSECA
https://www.youtube.com/watch?v=J__qsUZrvqA
Rádio Portimão
Ainda existem amores de Verão?
Ainda existem amores de Verão?
Ainda existem amores de Verão? Amores
que aconteciam durante o Verão, nas férias junto ao mar e com prazo de validade
curto, eram bálsamos para a alma. Romances leves, frescos e descompromissados,
que tinham efeito galopante e avassalador, por terem mais coração e hormonas,
do que racionalidade e pensamento.
Viver o momento, dançar em tons de
pele bronzeada, aquelas músicas românticas que só se dançavam com o amor de Verão…
isso ainda existe? Mergulhar de mão dada, furar as ondas, jogar ao king com os
amigos e partilhar a sanduíche do lanche, eram a estrutura destes amores. Na
areia desenhavam-se corações gigantes entrelaçados, tão efémeros como o tempo
das vagas e das marés. Ia-se ao cinema, se o local o permitisse, e os únicos
que viam o filme eram os mais novos, ou aqueles que tinham escapado ao Cupido.
A luz apagava-se e os dedos entrelaçavam-se no desespero da pressa que só existia
nesses amores.
O conteúdo das conversas era a espuma
de dias de sol, mar e areia - conteúdo de encantamento e sedução pura, sem
continuidade e sem responsabilidade, no intervalo de tempo de um poema.
Ainda existem amores de Verão?
Parece coisa de filme, o que se passava
naquele intervalo de tempo, o Verão. A liberdade do corpo e da mente,
condicionada o resto do ano, devido ao stress e fadiga, revelava-se nos dias
quentes, que expunha muita pele bronzeada e viçosa, com as hormonas aos pulos,
a saltar à corda e onde o coração acelerava e a respiração nos tramava. As
escolhas e as emoções criadas, certamente teriam pouca probabilidade de ocorrer
noutra situação, apesar de romântico, intenso e muitas vezes amor recíproco,
porém, efémero por natureza.
Suspender a monotonia do quotidiano,
interromper rotinas e autorizar-se a fazer nada, tudo no Verão parecia
contribuir para reencontrar o gosto e a disponibilidade para estar com os
outros, deixar fluir emoções, culminando com o sentimento por alguém especial.
Amores que terminavam na última noite
de praia, à volta de uma pequena fogueira, com o bardo de serviço a dedilhar
uma viola, onde se trocavam os derradeiros beijos fogosos e húmidos, e os
últimos amassos, para ao amanhecer, uns irem para Norte e outros para Sul, com
a promessa de enviar uma carta ou um postal, que ninguém acreditava acontecer.
Amores inesquecíveis, mas como diz o ditado, “longe da vista, longe do coração”.
A distância geográfica complicava a continuidade, com a incerteza, a
impaciência da espera de um sinal do outro que tardava em chegar, porque depois
do Verão chegava o trabalho, a responsabilidade e a maturidade.
Mesmo que a maioria dos romances de
Verão não dure, a verdade é que me emocionam e não nos devemos privar deles,
até porque nos permitem aprender a conhecer e a experimentar outras
características que desconhecíamos em nós: a doçura, a espontaneidade, a
impulsividade e a ingenuidade.
Ainda
existem amores de Verão?
25 agosto, 2024
O SENHOR SWEDENBORG E AS INVESTIGAÇÕES GEOMÉTRICAS
Folheei na livraria e tive que comprar, pensando que seria uma obra de emoções e de espaço traduzido em geometria.
É um livro de conteúdo curioso, apresenta uma séria de pequenos desenhos geométricos e muito espaço em branco. Apeteceu-me sorrir, lembrando muita conversa irónico/cómica que por vezes tenho com uma amiga. Somos caústicas para aqueles que transformam a geometria simples em grandes teses de mestrado como se não tivessem existido geómetras desde a antiguidade, porém, apreciamos quem trata a geometria com delicadeza e criatividade.
Depois de ler algumas páginas, verifico de imediato como a prosa é polémica provocando o questionamento, a reflexão, o diálogo, a ironia e sobretudo estimula a imaginação. Só por isto já valeu a pena o investimento. Os temas são sérios, a saber: a sedução, o desejo, a depressão, o outro, a fraqueza, a memória, a desordem, a razão, o amor, o ser e o nada.
Se fosse escrito e desenhado por uma arquitecta (je) seria certamente diferente e talvez mais assertivo. Imagino a reacção de algumas pessoas, que as levaria à mais profunda fase de neurose e irritação ou a outras à mais iluminada plataforma da ignorância. Sim porque por vezes a ignorância grita, não disfarçável pela melhor maquilhagem.
É um livro para pessoas com raciocínio abstracto, tranquilas, criativas e inteligentes. Aconselho.
😂😂😂😂😂😂😂
23 agosto, 2024
22 agosto, 2024
VALENÇA LUNCH
Valença Lunch
Em dia de calor abafado sabe bem sentar dentro de muralhas e almoçar. Nos outros também, desde que a companhia seja boa.
O músico é companhia adicional quase rotineira. Hoje o prego no prato foi acompanhado por Dire Straits, Eric Clapton, George Harrison, Chuck Barry e outros mais que já não me lembro. Nothing else matters a medolia que me transporta para outras dimensões, e representa tantas situações.
Hoje foi bom. E no final sinto aquela preguiça modorrenta, em que não apetece levantar.
LAVANDE
Lilás é uma cor relaxante e positiva para momentos em que se busca a paz interior e a meditação. Trata-se de uma excelente coloração para quem precisa canalizar a energia.
21 agosto, 2024
MOBILIDADE
Mobilidade
Tentando resolver
problemas de mobilidade, realizei algumas obras aqui em casa. Percebo tanto de
electricidade, como de mecânica, assim vou deitando conversa fora com o meu
electricista enquanto ele corta fios azuis, amarelos e verdes, para alterar situações
adaptando-as a novas realidades. Vou mandando os meus bitaites como se
percebesse bué do assunto. Ele coça a cabeça, eu também, ele pára para
reflectir e eu igual, ajudo nas calhas, no puxa-fio de um lado da parede para
se ver do outro e de resto limito-me a fazer acções repetitivas, espelhadas do verdadeiro
operacional.
Normalmente, faço de
conta que esqueci todo o conhecimento que tenho nesta área, quando há problemas
desligo os disjuntores e acendo uma vela.
Os meus cabelos ficam
em pé cada vez que ele faz uma operação sem desligar a electricidade, pois já o
vejo a apanhar um esticão, com cada perna para seu lado e a língua preta de
fora. Tão jovem que ele é, seria um desperdício. É sempre um pesadelo, porque
desconheço como se ajuda alguém quando está electrocutado. É demais para mim.
Detesto ver a minha casa com os interruptores abertos com toda aquela fialhada
ao dispor para atrevidos esticões. Curto-circuitos,
fiação que arde deitando fuminho pelos buracos das tomadas e cheiro a queimado,
deixam-me em pânico. Ele tenta distrair-me.
- Então dona vi-me à
rasca para estacionar. Tive que encostar aqui ao seu muro, em lugar proibido.
Não posso estacionar a carrinha a um quilómetro e vir com as ferramentas às
costas!...
- E como é andar na
cidade com canadianas? Há cada rampa por aí, meu Deus, que só servirão para
capotar cadeiras de rodas.
- Porque é que os defs têm sempre que fazer o
caminho mais longo, quando são eles que tem problemas a caminhar? Já tentou
sair do elevador do estacionamento da Avenida? Parece fácil. Tem um degrau
gigante e uma rampa que apesar de pequena dá para escorregar. Já tive que
ajudar uma pessoa a sair dali. E no Teatro? A porta para o elevador fica virada
para trás, longe do estacionamento. E menos mal que ligam o elevador.
- Com canadianas não
pode estacionar no lugar para deficientes. Tem que ter um sinalizador,
autorizado pelo IMT e só atribuem a quem tem deficiência permanente de 60% para
cima. Nem há autorizações temporárias para quem faz cirurgias.
Percebi que andava bem
informado, conheço todos os casos por experiência própria e ainda adiciono:
- Para ir ao Hospital
tenho que utilizar um táxi e na espera não há bancos.
- A cara de enfado e de
desconfiança nasce nas filas do supermercado quando se apresenta alguém com
problemas motores. É difícil alguém ceder o lugar e a maioria das vezes, é o
segurança que toma a iniciativa para dar vez a quem precisa.
- Moro a 500 m do Centro
de Saúde. É perto, mas são 500 metros, para uma convalescente, parecem-me
quilómetros, ainda agravados com piso executado em calçada portuguesa – o pior
que há, para as articulações. Levei o
carro, não arranjei estacionamento, nem vi lugares para defs, que eu estaria
disposta a utilizar mesmo ilegalmente. Voltei para casa, chamei um táxi. O
taxista ficou furibundo pela corrida ridícula e levou o mesmo preço como se
tivesse atravessado a cidade. Cheguei ao porteiro do Centro e apresentei
reclamação indignada.
- Poderia estacionar aqui em cima em
frente à porta.
- E se chegasse uma ambulância?
- Teria que chamá-la para tirar o
carro.
- E onde o reposicionava?
Há tanto para fazer,
vivo numa cidade pequenina, com grandes problemas e continua-se a pensar
pequenino, dificultando a autonomia de muitos, e eu continuo aqui a tentar
perceber as ligações entre os fios coloridos, fios de terra, ambientes húmidos,
micro-ondas incompatíveis com fornos eléctricos e máquinas de lavar… enfim um
mundo mágico e diabólico que nos proporciona qualidade de vida que não dispensamos.
Publicado em NVR 21/08/2024
16 agosto, 2024
14 agosto, 2024
GÚGÚ… DÁDÁ… o recém-nascido zangado
GÚGÚ… DÁDÁ… o recém-nascido zangado.
Há um vídeo que viralizou na internet
sobre um recém-nascido que exibe um rostinho todo engelhado e as suas primeiras
expressões constam de um olhar forte, um olhar triste, parecendo decepcionado e
zangado com o mundo. Não chora, olha de forma tão séria e severa, que nos
comove e nos obriga a pensar.
A expressão do recém-nascido é tão
impactante que não conseguimos ficar indiferentes, e já alguns cibernautas
pegaram nas imagens para fazer humor. Gilmário Vemba diz de forma irónica num
dos seus reels, que é uma reencarnação, de alguém que disse várias vezes
ter orgulho do bairro onde nasceu, sem ser verdade, e a vida reencarnada
pregou-lhe a partida, fazendo-o repetir a experiência:
“Aquele exacto momento em que achas que vais para o Céu, e
dás conta que reencarnaste, e voltaste para aquele bairro, aquele mesmo sítio
em que dizias que tinhas muito orgulho em ser de lá. Agora mandaram-te de
volta! Não disseste que tinhas muito orgulho em ser daí? e que foi até muito
bom ter crescido aí? Então agora vais viver isso de novo!”
Já muito se falou e estudou sobre o
parto, as sensações da mãe, a depressão pós-parto, a alegria, a
responsabilidade, a mudança, ou seja, uma análise dos que acolhem a criança e
poucos pensam no que na realidade sente a criança, aquele ser humano que nasce
com cerca de 100 mil milhões de neurónios (células cerebrais) e que no primeiro
ano o seu cérebro faz cerca de 1.000.000 sinapses (ligações entre neurónios)
por segundo. Ao nascer, o cérebro de um bebé pesa cerca de 400 gramas, o que
representa cerca de 25% do cérebro de um adulto. Isto é a neurociência a
explicar, mas o que sente o recém-nascido, como ele vê e sente esta nova
realidade? Ainda ninguém sabe explicar.
“Ao quarto mês de gravidez, o feto
emociona-se, angustia-se, constrange-se com as expressões mais rígidas da
personalidade da mãe, alegra-se e aviva os seus ritmos, deprime-se, a ponto de
inibir o seu crescimento (…) bebés demonstram, logo ao nascer, a capacidade de
aprender, desde que existam, à sua volta, emoções e disponibilidade para criar
laços afectivos”
Eduardo Sá.
Sabe-se, que é ainda dentro do útero
materno que o bebé começa a desenvolver capacidades sensoriais como a audição,
a visão, o gosto e o tacto. O feto aprende a reconhecer a voz da mãe, distingue
a luz e engole, antes de nascer e também tem competências interactivas, como
reagir à vida emocional da mãe. “... tudo o que a relação gera (a partir,
inclusivé, da vida intra-uterina) tem uma preponderância essencial no
comportamento dos bebés: a ansiedade maternal, na gravidez, por exemplo, pode
suscitar ansiedade neonatal”, afirma Eduardo Sá. No seu entender, o feto
tem uma realidade mental que “se afirma autonomamente a partir do 5.º mês de
gestação”.
Ou seja, eles nascem e já não são a tábua
rasa que antes se acreditava serem, já possuem capacidades activas. O que
pensarão ao nascer ao perceberem aos poucos sobre quem os acolhe, que sensações
têm, que identidade transportam?
Todos nós sorrimos para um recém-nascido,
tentamos pegar na sua mão, dizemos frases carinhosas e fofinhas repetidamente e
por vezes um pouco ridículas… gugu… dádá… palavras terminadas em “inho”,
caricias, embalos, tentativas de diálogo, este é o papá, esta é a vóvó, gugu…
dádá…tás com fominha? Tás? Kidinho da mamã!
Afinal quem está do outro lado? O que
pensará de tudo isto? Cada vez mais, considero que nascer é um acto heroico. Os
bebés desconhecem a sua família, tudo é uma incógnita, quem será a mãe e o pai,
se serão bem tratados, se lhes matarão a fome, se os protegerão, se lhes darão
banho…, porque os colocam a dormir deitados, quando eles passaram os últimos
meses de cabeça para baixo… Cada recém-nascido tem a sua circunstância, porque
já transportam um passado e percebemos que até para nascer é preciso ter sorte.
Gugu… dádá.
As expressões de tristeza do
recém-nascido, que mencionei no início, são inexplicáveis, comoveram-me e
puseram-me a pensar. Aquele olhar e aquela boquinha dizem-me que não estão
contentes com a situação, nem têm boas expectativas relativamente ao seu futuro.
Publicado em NVR 14/08/2024
10 agosto, 2024
09 agosto, 2024
08 agosto, 2024
07 agosto, 2024
Recriação de Memorial do convento -
https://drive.google.com/file/d/1qd0Dcsta4wPb8WUf3xlWuiJFevPokFcB/view?usp=sharing
Hoje estive na Rádio Portimão no Karranca às quartas
1h20m - 1h30m
JOSÉ SARAMAGO
As cenas do Sena
As cenas do Sena
Tivemos oportunidade de assistir, em
directo e gratuitamente, ao melhor e maior espectáculo do mundo concebido pelo
Homem: A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Foi mais
emocionante estar lá a presenciar, mas sem dúvida os telespectadores receberam
via TV, quase tudo para poderem ver do sofá. Se contarmos o número de
espectadores presenciais ultrapassa em muito a lotação de um estádio, e Paris
acolheu este evento de braços abertos, transformando a cidade num mega-estádio.
A ideia do desfile no rio Sena e mostrar ao mundo os valores da cultura
francesa, foi genial. Não há outra palavra para definir o conceito. Mostraram
Paris aos atletas, mostraram os atletas a Paris e ao mundo, e em segurança.
Excelente.
Quando me apercebi, estava a fotografar
as imagens transmitidas na televisão, isso significa que me entreguei ao evento,
com Paris no coração, resultado da ampliação de um imaginário olímpico,
nunca visto anteriormente.
A cerimónia rejeitou a vulgaridade e
cada detalhe constituiu uma surpresa e uma referência ao conhecimento da Cidade
Luz, não esquecendo uma pitada de humor saudável e de irreverência. Paris
passou a ser um teatro de céu aberto, onde a Liberdade, Igualdade e Fraternidade
foram os valores que uniram as pontes do Sena com o resto do Mundo,
demonstrando o vigor de Paris de Haussmann, de Eiffel e de outros eixos da sua
história. A História, os valores, a arquitectura e todo o glamour
parisiense, foram a plataforma estrutural dos atletas medalhados que concluíram
o percurso da chama Olímpica – Zidaine, Nadal, Nadia Comaneci, Carl Lewis, e
muitos outros… para-olímpicos e quase no final, um atleta de 101 anos, Charles
Coste, do ciclismo, o mais velho campeão Olímpico francês ainda vivo, medalha
de ouro em Londres 1948 passou a chama a Teddy Riner e Marie José Perec que
acenderam à Pira Olímpica dando origem a imagens únicas, içada num balão como
homenagem ao primeiro balão de hidrogénio da história, construído por Jacques Charles, nos Jardim
das Tulherias em 1783.
Nada foi referido ao acaso, cada
detalhe foi uma fonte potencial de informação e de inspiração – a fasquia
elevou-se.
A representação da “Festin des Dieux”
por drag queens, confundiu padres e bispos franceses, já pensando que
era a Última Ceia (e se fosse? ambas são representações fictícias concebidas
pela imaginação do autor), provocando-lhes uma azia descabida. O Papa Francisco
penso que nem reagiu, porque felizmente sabe contar, e percebeu pelo menos que,
atendendo ao número de personagens, não seria a Última Ceia…. Enfim, Paris é
tudo isto, inclusivamente motivar o questionamento. Porém… os narradores
televisivos poderiam aqui ter um papel mais assertivo na partilha de
conhecimento, para não confundirem mitologia com cristianismo.
Momentos de maior destaque:
1 - Os Gojira, a primeira banda de heavy
metal a participar neste tipo de espectáculo, e as muitas Marias Antonietas
decapitadas nas janelas do
edifício Conciergerie segurando a sua própria cabeça, enquanto aparecia a
palavra “liberdade”, a primeira do lema da França, que é “Liberdade,
Fraternidade e Igualdade”.– para mim é a imagem preferida.
2 - As dez estátuas de mulheres,
grandes francesas da História que vão ficar para sempre nas margens do Sena.
3 - O atleta, ou atletas personificados
pelo “mascarado” ou “encapuzado” sem rosto, que percorreu os telhados de Paris
segurando a tocha, transmitido em paralelo, e que ia apresentando espaços
icónicos de Paris. Quem era ele, ou eles? Homens e mulheres desconhecidas… pela
mobilidade, pareciam ser atletas de Parkour, personificando o “mascarado”, o
apelido carinhoso do próprio personagem principal de “O Fantasma da Ópera”. Não
era Arno Dorian, O Homem da Máscara de Ferro, Fantomas e Arsène Lupin, era, na
verdade o Fantasma da Ópera.
4 - O cavalo metalizado que corre
sobre o Rio Sena, da Ponte D'Austerlitz à Ponte D'Iéna, propagando o espírito olímpico,
foi um apelo à paz e à solidariedade. Um “cavalo de metal”, com 1,80m de
comprimento, foi a "encarnação" de Sequana. Na religião galo-romana,
Sequana era a deusa do rio Sena e da resistência. O cavalo foi equipado com um
sistema de flutuação criado especificamente para as necessidades da cerimónia
de abertura, pelos arquitetos navais de Quiberon, na Bretanha. O mecanismo
transcreveu os movimentos do galope de um cavalo com a maior precisão possível.
E finalmente a evocação a Joana D’Arc, mártir, padroeira e protectora da
França, aquela a que muitos chamaram erradamente amazóna.
5 – A construção das medalhas, feitas
a partir de materiais da Torre Eiffel.
Para finalizar, uma nota para aqueles
que encontraram defeitos em tudo, que odiaram, que pretendiam ver uma espectáculo
tradicional, que nem fazem contas ao número de participantes. Interpretaram a Última
Ceia, quando não era, que acharam ofensivo a Mona Lisa a boiar no Sena e as
Marias Antonietas à janela, que não gostaram da Celine Dion, não gostaram do
Zidaine, e também não gostaram de tudo…. Bom, na verdade, a maioria dos
críticos ferozes, odeiam a tolerância, a inclusão, a diferença e o grande
problema é o ideal de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, sempre actual e que
lhes provoca muitas comichões.
Publicado em NVR 7/08/2024