TIMBER
Adoro dançai, mas tenho alguma dificuldade em entender a mensagem construída pela dança, e ou conhecendo a mensagem, sou muito crítica sobre aquilo que vejo.
Hoje com Timber saí de alma cheia.
A Companhia Instável e Drumming GP, com premiado coreógrafo
Roberto Olivan, apresentou uma peça com seis bailarinos e seis percussionistas
que mexeu comigo. Senti que eram dois espectáculos num só. Mais de uma hora
seis percussionistas, sem maestro, executaram ritmos sincronizadíssimos, e os
bailarinos com o número seis, apostando fortemente na estrutura 3, 2, e 1 e
apoiados numa geometria fantasiosa, mas rigorosa, foram enchendo o palco, e
esgotando os ritmos, o palco e o público. Terminou numa fila alucinante de
movimento capaz de abalar o sistema nervoso de qualquer um, lembrando o transe hipnótico
utilizado em muitas seitas religiosas para expulsar o diabo. Aqui tratava-se do
desejo de ultrapassar os nossos medos e barreiras que por vezes nos asfixiam e
nos impedem de ver mais longe e de nos libertar.
Parabéns músicos e bailarinos, parabéns Teatro de Vila Real.
Gostei.
Música ao vivo do compositor nova-iorquino Michael Gordon.
Direcção: Roberto Olivan
Direcção musical: Miquel Bernat
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