O Livro
Objecto de culto. Como tal tem toque, tem peso, tem imagem e tem cheiro.
Companhia é outras das suas funções. Não existe solidão quando há um livro por perto.
O Silêncio do Kisanji é um objecto muito bonito, talvez dos mais bonitos que já tenha manuseado.
Capa e contracapa com uma estética irrepreensível, carregadas de detalhes plenos de informação e conteúdo. Cores africanas num sóbrio pano que embrulhando o livro, sobre ele são impressas, em lettering de fontes bem escolhidas, as informações habituais, nome do autor e título da obra. Destaco a preocupação do deixar a bainha com a impressão da origem do pano, o que, para além de autenticar a sua origem, nos indica que tudo foi pensado ao mais ínfimo pormenor.
Discretamente, a autora deixa a marca do seu país de origem,
homenageando-o com as cores da sua bandeira, sendo também, mais uma prova inequívoca
da latitude do tema.
Finalizo com a apreciação do interior da contracapa. Discretamente, porque este objecto prima pela discrição, daí a sua elegância estética, o final mostra-nos que os personagens são reais e, estando atentos, também por aqui temos estórias para ver.
O Silêncio do Kisanji, obriga-nos a uma leitura atenta, desde a capa até à contracapa.
O Título
Em terra de ritmos e de múltiplos sons, mas também dos
silêncios que a grande dimensão proporciona, fácil seria escolher um qualquer
instrumento entre muitos daqueles que todos se lembrariam à primeira.
Contrariamente, fugindo à banalidade óbvia de um batuque, a escolha recaiu
sobre o kisanj, instrumento de origem angolana. Mais uma mensagem implícita a
qual se vai percebendo ao longo do percurso da leitura.
1 comentário:
Uma análise perfeita. Parabéns ao teu amigo. Beijinho
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