Uma ideia feliz
Esta fase de
isolamento e distanciamento forçado, converteu-se em saudade na ausência da
família, dos amigos, dos conhecidos, em que algum momento, se cruzaram
connosco. Ninguém repara nisto, numa ausência, de dois ou três dias, mas quando
passam dias e semanas, falta algo para confortar o nosso coração. Isolados
pensamos em nós e nos outros e bate a saudade das nossas raízes.
A oportunidade
de criar um grupo fechado foi a ideia que me surgiu para aproximar as pessoas
que pertencem a uma comunidade e estão espalhados pela Europa, Brasil e Estados
Unidos, todos mais ou menos confinados em casa, com esta preocupação do
contágio a pairar sobre a nossa cabeça. Muitos de nós, somos emigrantes,
população flutuante do mundo, que agora graças às novas tecnologias de
comunicação, estamos longe, mas podemos estar perto. Há que atender a esta
oportunidade. Foi uma ideia feliz.
A 28 de abril
de 2020, nasceu o grupo “Justes – identidade”, unindo através de uma rede
social, a pequena comunidade que contava na última semana com cerca de 410 membros.
E o que se
passa neste grupo, fechado? Todos os membros mais ou menos se conhecem, todos
apresentam no seu perfil, uma fotografia actual, todos conhecem e respeitam as
regras do grupo e todos abrem os baús da memória para partilhar fotografias,
eventos, estórias, momentos. Um comentário leva a outro e as palavras são como
as cerejas, vão umas atrás das outras.
Os primeiros
dias foram a verdadeira loucura, porque os pedidos para integrar o grupo, não
paravam de chegar ao meu computador, e apesar desta ligação ser on line, era perceptivel, a alegria e o
entusiasmo de todos em querer encurtar distâncias.
Alguns vivem em
Justes, outros regressam regularmente, mas alguns estiveram apenas de visita,
ou quando eram pequenos, gerando emoções distintas e genuínas.
Encontraram-se
amigos recentes e de longa data, descobriram-se parentescos, curiosidades sobre
este nosso território, distribuído por 46 tópicos, 172 publicações, 8.500
comentários e reacções. Saliente-se que a maioria dos membros não é nativa
digital, mas sabem utilizar esta tecnologia e alguns membros já ultrapassaram
os 70 anos. Admirável!
Tem sido também
um espaço de aprendizagem e de crescimento colectivo, porque há uma grande
quantidade e diversidade de informação partilhada, que justificam e enriquecem
a nossa identidade, tornando possível a reunião de registos, completando a
história de todos.
Publicado em Notícias
de Vila Real, 24/06/2020
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