Ópera de Garnier
Há sítios
inesquecíveis, e que mesmo antes de os visitar, me sinto próxima, já tenho um
desejo enorme de os descobrir, ver e sentir. Ópera de Garnier é um desses
sítios. Vi-a algumas vezes passando no exterior, estudei-a quando era jovem, como
exemplo arquitectónico de um espaço para espectáculos, projectado no séc. XIX (1862)
por Charles Garnier, em estilo neo-barroco.
Este
edifício não faz parte dos edifícios que todos desejam visitar na primeira
visita a Paris, por mero desconhecimento, porque todos pensamos que uma casa de
ópera será um edifício vulgar, com alguma imponência no exterior.
Ao meu desejo de visita, juntava-se a memória de um sketch publicitário dos anos setenta sobre um sabonete, creio que ao sabonete Cadum, com uma diva descendo aquela escada interior glamourosa, com a pele supostamente hidratada e sedosa.
Ao meu desejo de visita, juntava-se a memória de um sketch publicitário dos anos setenta sobre um sabonete, creio que ao sabonete Cadum, com uma diva descendo aquela escada interior glamourosa, com a pele supostamente hidratada e sedosa.
Hoje foi o
dia, às 11h da manhã entrei para o visitar. Superou as minhas expectativas.
Tive uma visita guiada para que me permitisse visitar todo o interior. Fiquei
deslumbrada. Superou as minhas expectativas e já começa a ser difícil eu sentir
esta emoção. Pouca atenção prestei à guia, que desfiava a história, as peças,
os artistas. Dou sempre prioridade à arquitectura, observar cada detalhe,
interligar a planta com os alçados e sentir a tridimensionalidade do edifício objecto, a
criatividade do autor e a dificuldade de execução… e claro fotografar. Fotografar
muito para registar aquilo que a memória não consegue. Para além da referida
escada glamourosa, enriquecida agora com as novas tecnologias da luz, descobri um
foyer deslumbrante, imitação do palácio de Versailles. Apeteceu-me sentar-me
por ali e ficar. Percebi que amava aquele edifício desde sempre, agora revivendo um amor de
adolescente, amando-o novamente e com maturidade, com a certeza e a
sensibilidade ao rubro. Um edifício majestoso
Não gostei
do tecto da sala principal pintada por Chagall. Percebi que foi uma atitude
politicamente correcta. Apesar de gostar de Chagall acho que ali está desenquadrado. Opinão minha. O resto…. Chagall era russo, judeu, francês... foi-lhe entregue nos anos 60 um novo tecto para substituir o original, que tal como o edificio atravessou a 2º guerra e foi martirizado.
Estou tão
mais rica! Muito mais rica. Obrigada Garnier.
3 comentários:
A Ana e os seus registos de viagens. Este sítio parecer ser fabuloso. Beijinho
Quelhinhas, estou com saudades.
JP
Oi Ana, é sempre a rodar. Não conheço e vou anotar. Bj
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