Apetece perder-me por estas ruas, sem hora de regresso e
sem mapa. Dobrar cada esquina, obedecendo à curiosidade do olhar e ao desejo de
desvendar o desconhecido, sem rumo e sem destino, sem preocupações de sentido
ou direção. Gostaria de afagar cada porta e cada janela, confirmando a harmonia
naturalista da arte nova, a simetria da art decô e o geometrismo do cubismo
analítico… e quando estivesse perdida e já tivesse passado várias vezes no
mesmo lugar, chamaria um táxi para me levar de regresso ao hotel. Praga é uma cidade
para visitar sem mapa. É uma cidade para gerar paixão e regressões a várias
épocas. Parece que está á nossa espera, aguardando pacientemente a nossa
chegada, para se revelar e nos envolver em cada detalhe.
Diário de viagem, VIII/2017
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