30 janeiro, 2025

24 janeiro, 2025

PARA ESCREVER O POEMA - Nuno Júdice


Voz: João Carlos Carranca

file:///E:/radio/audio/27-%20para%20escrever%20o%20poema-%20nuno%20Judice%20JC.mp3

Lino

 Lino: Ainda não interiorizei que já cá não estás. Sempre que vou ao cemitério levo-te uma rosa amarela, mas aquele acto faz-me apenas recordar-te e nem acredito que o teu corpo está ali aconchegado à terra, e sinto como se tivesses emigrado para um sítio qualquer. É estranho, mas faço-o na mesma.

Recordo muitas vezes a nossa infância e a rebeldia da juventude, em que via em ti o cúmplice da asneira, do afecto e da aventura. Estás sempre no meu coração e de todos os primos, porque sempre foste especial. Se por acaso um dia me perdesse no mundo, tinha a certeza que me irias lá buscar. E agora, não consigo resgatar-te a não ser em pensamento. Restam as lágrimas, mas o teu sorriso sempre as apaga. AQ

24|01|2025



22 janeiro, 2025

DE POETA E DE LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO

 


DE POETA E DE LOUCO TODOS TEMOS UM POUCO

A poesia sempre me acompanhou ao longo da vida, como escape de emoções. É uma arte singular, que me emociona e diverte quando a leio, mas quando a escrevo é uma necessidade urgente de escoar sentimentos normalmente de tristeza e de dor, funcionando como um bálsamo para o meu interior.

A poesia em mim não surge como uma tarefa que realizo regularmente a uma determinada hora. A poesia surge como desabafo, em rajada, mal ou bem, estabelece ligação ao meu interior - coisa rápida e destemperada. Chegou a hora de fazer algo mais do que comprar livros de poesia, lê-los, ou então alinhavar versos sem rima em pequenos papelinhos, que aparecem na minha carteira, escritos nos lugares mais inoportunos.

Em ano de comemoração de Camões, decidi planear um momento de poesia na rádio, com o objectivo de ler e partilhar poesia com os ouvintes, e em simultâneo motivar as pessoas a ler poesia em voz alta, e libertarem-se do complexo de que não sabem declamar.

Eu também não sei declamar, mas sou “atrevida e louca”. Leio o melhor possível e aos poucos vou desenhando e construindo a minha leitura mais comunicativa e expressiva.

Apresentei esse projecto à Radio Universidade FM, e o seu diretor, Luís Mendonça, rapidamente viabilizou o pedido, e o momento poético está no ar desde o dia 25 de Novembro de 2024, 2ª, 4ª e 6ª, depois das 10h e depois das 13h, eu diria que quase colado pontualmente nesse horário.

Solicitei à equipa da Rádio um jingle de apresentação, com som de fundo urbano, pessoas a falar de forma desorganizada, e pretendo felicitá-la porque fizeram exactamente o que eu imaginava, testemunhando o seu profissionalismo, acrescido com a voz inconfundível de Mila Brigas.  Penso que ficou perfeito. Assim, no horário indicado, quem sintoniza Universidade FM, escuta um poema aleatório, proferido em 2 ou 3 minutos, devidamente identificado, que tenta promover a literacia poética de todos e despertar o gosto pela beleza das palavras e pelas emoções que elas transmitem.

Envolve uma organização muito simples e tudo tem corrido bem, graças às novas tecnologias.

Como a Rádio ainda não criou compactos para ouvir em diferido, tenho divulgado nas redes sociais e no meu blogue pessoal “Estirador sem Rima” https://estiradorsemrima.blogspot.com na etiqueta Universidade FM.

A Rádio ainda não fez uma análise do impacto destes breves minutos, porém, tenho um retorno positivo dos meus amigos virtuais e a garantia dada pelos contadores de visitas, que aquilo que publico tem 2 ou 3 dezenas de leitores/ouvintes, alguns localizados fora de Portugal, nos países lusófonos, acrescidos daqueles que ouvem directamente da rádio.

A contabilidade que conduz ao sucesso será um caminho lento, mas seguro, e o que me interessa é que a magia da poesia se tenha conectado com a vida de alguém, tenha despertado curiosidade, e tudo o resto é uma mais-valia.

Entretanto, a poesia, em menos de 2 meses, conseguiu cativar Graça Vilela, João Carlos Carranca, Martim Carvalho, Manuela Vaz de Carvalho e Rosa Canelas, para a vocalização, dando voz à poesia, e as suas primeiras gravações já passaram na rádio e continuarão a ser convidados a colaborar, tornando o momento de poesia cada vez mais rico e diversificado. Quem pensa que a poesia é uma seca, perceberá que afinal não é e até pode escutar música associada.

Com a Rádio Universidade FM, a poesia é universal e é um canal aberto para quem ousar ler e gravar em “sintonia” lusófona – entre em contacto através de email:  hexaaq@gmail.com

“De poeta de louco todos temos um pouco” inaugurou com “Poema aos homens constipados” de António Lobo Antunes e seguiram-se mais 24 poemas de autores diferentes, todos lusófonos, e conhecidos, a maioria contemporâneos. É interessante constatar que a nossa cultura é extremamente valiosa na vertente poética, merece maior divulgação e deve constituir orgulho na nossa identidade. E afinal dizer poemas, é ousado, possível e motivador.

Publicado 22|01|2025 em NVR


NAMORO - Viriato da Cruz


Voz: Anabela Quelhas

file:///E:/radio/audio/26%20-%20Namoro%20-%20viriato%20da%20cruz%20Rui%20mingas.mp3

Música:

https://www.youtube.com/watch?v=tGUkQXicHZQ


21 janeiro, 2025

20 janeiro, 2025

AINDA ESTOU AQUI


 Realizador Walter Salles

*****

MURALHA FERNANDINA E O MIRANTE DAS CLARISSAS

 

 O lanço da muralha fernandina que estava adossado às instalações monásticas foi preservado. No século XVIII, foi permitido às clarissas edificarem mirantes numa das torres da muralha que, entretanto, tinha já perdido a função militar para a qual havia sido erguida séculos antes. Em 1926, já com as muralhas classificadas como Monumento Nacional, foram efetuadas obras com o intuito de reintegrar a muralha segundo o seu estilo original. Os mirantes das clarissas foram demolidos, fizeram-se profundas limpezas, o adarve foi reparado e colocadas novas ameias

CAMINHANDO - Teixeira de Pascoaes



Voz: Rosa Canelas (convidada)

18 janeiro, 2025

ATENAS

 





A cidade de Atenas, na Grécia, é famosa pela sua história e por ser um berço da civilização ocidental. Um dos símbolos mais emblemáticos de Atenas é a estátua da deusa Atena, que representa a deusa da sabedoria, da guerra e da habilidade -  

Atena Αθήνα (Athína) é frequentemente retratada como uma figura imponente, vestindo uma armadura completa, que inclui um elmo e uma túnica. Ela é conhecida pela sua beleza e força, simbolizando tanto a sabedoria quanto a estratégia militar.

Um dos aspectos mais distintivos da deusa é a égide, um tipo de armadura ou manto que a protege, frequentemente adornado com a cabeça da Górgona, Medusa, que serve como um amuleto contra o medo e o mal. Atena é também frequentemente acompanhada por uma coruja, que representa a sabedoria, e um ramo de oliveira, simbolizando a paz e a prosperidade.

A estátua de Atena, famosa na Acrópole de Atenas, conhecida como Atena Partenos, foi esculpida por Fídias no século V a.C. e era feita de ouro e marfim. Esta obra-prima não apenas celebrava a deusa, mas também refletia o poder e a cultura da Atenas clássica. A deusa é frequentemente vista como a protectora da cidade, e seu culto era central na vida religiosa e cívica dos atenienses.

Atena não apenas simboliza a cidade de Atenas, mas também representa ideais de sabedoria, justiça e civilização. Os seus templos, como o Parténon, são marcos da arquitectura e da arte grega, atraindo milhões de visitantes e adoradores até hoje. A deusa e a sua representação continuam a ser uma fonte de inspiração nas artes, na literatura e na filosofia, refletindo o legado duradouro de Atenas na história da humanidade.

15 janeiro, 2025

TIPOS E FORMAS DE POESIA




Texto e voz: Anabela Quelhas

A "nossa" Vila Real

 


A “nossa” Vila Real

Muitas cidades possuem uma estátua, que personifica e dá imagem a um aglomerado urbano, já que este se forma tal como os homens organizam as suas cidades, oscilando entre o desenho orgânico das cidades medievais, ou planeado com desenho pensado relacionando forma/função com racionalidade e exigências das cidades novas. Nos dois casos a essência desse aglomerado é sempre algo abstracto e com dimensão gigante. Não se pode abraçar, beijar, acariciar ou apunhalar as cidades, porque estas acções implicam um interlocutor humanizado, e a disposição de ruas e edifícios, é algo que existe numa grande escala e a sua história perde-se na espiral do tempo.

  A estatuária é algo imaginado pelo Homem como testemunha que pára o tempo e passa a integrar a identidade de um grupo de pessoas, publicita eventos, personalidades e preserva memórias, ou até emite sinais de engrandecimento por forma a motivar o orgulho e a determinação do observador, para grandes feitos.

No século XVIII, Vila Real, assim como noutras cidades, fez nascer o seu espaço público com alguma visibilidade, refiro-me ao Campo do Tabulado - lugar público por excelência, passeio público, de passagem obrigatória, com vida social activa, onde se realizavam os grandes eventos da época, a feira de Santo António, corridas de cavalos e de touros e os festejos nos dias das procissões – e o desejo de enriquecer esteticamente este espaço, associou a arquitectura e a escultura, utilizando modelos clássicos para esculpir na pedra e incluindo pormenores que ajudassem a contar uma história.

Vila Real também possui a sua estátua – tema a que me limito a partilhar informação, porque não descobri nada de novo. (escarpasdocorgo.blogspot.com e revista TELLUS)

Seguindo a cronologia:

- “A Câmara de Vila Real deliberou fazer esta estátua em 1749.”

- “A elaboração da escultura, simbolizando Vila Real, foi arrematada em 3 de Setembro de 1755, por António de Nogueira, mestre estatuário, do Minho.”

- “A 27 de Novembro de 1755, o mestre Matias Lourenço de Matos arrematou a obra de decoração dos arcos da galeria, no Campo do Tabulado, com a edificação de um soco e uma peanha sobre qual colocaram uma estátua, com a imagem de uma mulher, vestida de guerreiro, com elmo e empunhando uma lança e escudo.”

- “No pedestal da estátua havia uma inscrição que dizia: "O nome de Vila Real que tenho conquistei-o com grande esforço. Não queiras títulos reais obtidos de outra forma". Texto original inscrito no pedestal da estátua: "QUOD REGALE NOMEN GERO MIHI RUBORE PARTU EST REGIA NOM ALITER NOMINA PARTA GERAS"

- “Em Novembro de 1884, a estátua foi apeada e demolidos os arcos para a construção do mercado fechado, inaugurado em 1885. As armas reais e a legenda, esculpidas no pedestal desapareceram, sendo desfeitos para calcetamentos.” (cometem-se erros e destrói-se património em todas as épocas)

- “No ano de 1894, transferiram-na para a fonte, no Jardim da Carreira.”

- “Em 1916, foi retirada e levada para os Paços do Concelho, sendo colocada sobre a fachada.”

Saber-se que foi encomendada pela Câmara de Vila Real, e que se expôs em espaço urbano público, de forma permanente ou efémera, com visibilidade para com os cidadãos, confere-lhe um grau de representatividade dinâmica e interactiva com as pessoas e um estatuto de escultura pública com significado. Esta escultura assume assim um diálogo aberto entre o objecto artístico e o cidadão, e que esteve, provavelmente, mais próximo das pessoas do que agora.

Hoje encima o edifício da Câmara de Municipal, talvez não haja espaço mais nobre, mas quem olha para ela? Sinto-a afastada dos vila-realenses, e a prova disso é a sua secundarização relativamente ao Aleu ou ao Pelourinho. Seria motivo para um investimento numa análise dessa peça, e a forma de a preservar, pois como mencionei anteriormente, apenas nos chega a informação sobre o autor, como característica “imagem de uma mulher, vestida de guerreiro, com elmo e empunhando uma lança e escudo” e a ausência da inscrição do seu pedestal que desapareceu “O nome de Vila Real que tenho conquistei-o com grande esforço. Não queiras títulos reais obtidos de outra forma". Faltam elementos que a liguem a esta cidade.

À vista desarmada parece uma estátua em degradação pelos agentes atmosféricos e pelo maus tratos sofridos anteriormente, não sendo possível visualizar pormenores. Penso que ao fazer 270 anos, e em ano em que se comemora o centenário de Vila Real, como cidade, chegou a hora de realizar 3 procedimentos;

1 – Retirá-la para o interior da Câmara Municipal, conservá-la como peça museológica, protegida dos agentes atmosféricos, para que as próximas gerações a possam contemplar.

2 – Fazer uma cópia substituta para colocar no seu lugar (assim se faz nas outras cidades).

3 – Promover o conhecimento deste símbolo de identidade e ousar em criar uma nova “Vila Real” com a linguagem escultórica do século XXI, a localizar em espaço próximo dos utentes. E não receiem as novas linguagens artísticas e materiais, não tenham medo da polémica: O amor ou o odio, são sempre preferíveis à indiferença, e é bom que os cidadãos se ocupem a dialogar sobre os seus símbolos, pois assim se promove a Educação Cultural.

Publicado em NVR 15|01|2025

14 janeiro, 2025

ANTECIPANDO

Cró Hotel Rural

Estrada Nacional 324, Km 123

6324 - 011 Rapoula do Côa








 

13 janeiro, 2025

"O PORTO"

 

“O Porto”  escultura é da autoria do escultor João de Sousa Alão e do mestre pedreiro João da Silva, a quem foi encomendada em 1818, e é símbolo do poder municipal. Custou trezentos e quarenta três mil e duzentos reis (343$200).

“o Porto” não é mais do que um guerreiro que ostenta uma couraça que lhe cobre o peito e a parte das costas, à cintura tem um gládio (espada de dois gumes), segura na mão direita uma longa lança e a mão esquerda pousa num escudo, colocado ao alto, mostrando as armas do Porto e a inscrição de Portus Cale. Tem a cabeça coberta com um elmo (capacete militar), encimado por um dragão. O guerreiro está envolto numa capa traçada e usa um saiote, acima dos joelhos. É esta a representação da cidade: um guerreiro, um defensor da urbe!

Este símbolo da cidade do Porto é, com certeza, o herdeiro de uma outra velha estátua, conhecida como “O Porto primitivo”, uma pedra talhada de forma muito rude e tosca, talvez um alto-relevo, referenciada documentalmente, desde 1293, que esteve na rua das Eiras (próxima da Sé) e, mais tarde, em 1503, citada num documento publicado por Magalhães Basto, em que se indica que essa pedra se encontrava nos Açougues da rua Francisca, no velho e desaparecido quarteirão medieval, que existiu em frente à Sé, onde a estátua foi colocada sobre o portal de entrada dos Açougues (local de abastecimento de carne), demolidos para a abertura da então designada Praça da Penaventosa, hoje Largo Dr. Pedro Vitorino.

https://etcetaljornal.pt/j/2019/06/o-porto-a-estatua-que-simboliza-a-cidade/

LOCALIZAÇÃO: Já esteve em vários sítios:

- Frontaria do antigo edifício dos Paços do Concelho, na Praça Nova

- Muralha Fernandina

- Palácio de Cristal

- Paço Episcopal

- O arquitecto Fernando Távora colocou “O Porto”, de costas viradas para a cidade, no Terreiro da Sé, aquando da reconstrução do edifício conhecido como Casa dos 24.

- Praça da Liberdade, em frente ao edifício do Banco de Portugal.

 A reinstalação da estátua d’O Porto na Antiga Casa da Câmara, decorre esta quarta-feira, às 16h, no Terreiro da Sé.

“O regresso da mais antiga estátua do Porto à Antiga Casa da Câmara marca a restituição deste símbolo maior à sua cidade, pondo termo a uma errância, e devolve a integridade ao projeto do Arquiteto Fernando Távora. É uma notícia duplamente feliz para o Museu do Porto e, sobretudo, para a cidade”, sublinha Jorge Sobrado, Diretor do Museu e Bibliotecas do Porto. Janeiro 2024




"HUMILDADE"



Voz: Graça Vilela

file:///E:/radio/audio/22a-%20humildade2.mp3


12 janeiro, 2025

SAUMON

O significado da cor salmão relaciona-se com o carinho ou amor pelo visual natural. É uma cor amigável e acessível que chama a atenção e é sutil ao mesmo tempo. Produz um efeito na percepção e no comportamento humano e pode estimular o apetite. Na tradição celta, a cor salmão é um símbolo de rejuvenescimento.