Festas Juninas
“Parece que o tempo voa;
Balões, o baile, a folia;
A fogueira ainda está boa:
Mais um pulo e já é dia. “
(anónimo)
Sto.
António, S. João e S. Pedro são santos com sorte, pois, estão sempre associados
a festança, alegria e folia. Colaram-se aos festejos pagãos do solstício de
verão e tornaram-se populares, libertando-se dos martírios, sacrifícios e dor,
do cristianismo e assumiram o lado festivo de celebração da vida. Já os
Romanos, utilizavam estes dias próximos do maior dia do ano, para realizar um
grande festival em honra ao seu deus Summanus.
Nós
que vivemos num país agnóstico, dá-nos um jeitaço estas sagradas festas
juninas, com os seus feriados municipais, permitindo-nos uma pausa laboral,
para apanhar sol, picnicar, abraçar
as farturas e os carrosséis, deitar tarde e sobretudo conviver com os amigos. As
ruas animam-se com bandeirinhas coloridas que as atravessam no céu, em várias
direções. A maioria sabe que o
S. Pedro é o meteorologista lá no céu, o S. João está ligado ao baptismo de
alguém, aos martelos e ao alho-porro, e o Sto. António é calvo e carrega sempre
um menino ao colo, e que todos levam a malta à rua para comer umas sardinholas,
uns pimentos assados, umas bifanas, comprar um manjerico com uma quadra bem
brejeira, saltar uma pequena fogueira, soltar um balão iluminado de ar quente e
dançar uma música pimba quase à meia- noite, com o orvalho a cair. Os mais
habilidosos na dança e na paciência, ainda arriscam a marcha popular, os
tolerantes oferecem a cabeça à martelada, e os mais organizados na economia
doméstica investem na feira da cueca. Provar a ginjinha, a broa com a sardinha,
e esperar pelo foguetório que se inicia por volta da meia-noite, ao som da
banda de música ou dos bombos animam os foliões cada vez mais alcoolizados e
transpirados.
Os
significados da fogueira e do rosmaninho, poucos conhecem. Solstício? Ah? Porra,
até para escrever é difícil! São festas juninas ou sanjoaninas? Dahh!
Agradecimento em relação às colheitas… colheitas? Camponeses? Então os produtos
que consumimos não nascem nos armazéns dos supermercados? Fertilidade?
Bora
lá prás sardinhas, que é tempo delas! Assadas na brasa e a escorrer gordura.
Shlep!
“Às pedras da nossa rua
Ouvi dizer, já de dia,
Que a melhor brasa era a tua:
Queimou toda a freguesia!..” (anónimo)
AQ
Publicado em NVR