Não fico em casa porque está em exibição o filme
“Peregrinação” de João Botelho.
O tema e o herói interessa-me, o realizador também e tinha curiosidade em
saber como se interligou a música “Por este rio acima” do Fausto.
Valeu a pena ver. Mais uma obra de arte assinada por João
Botelho, que ultimamente nos presenteia muito acima do bom.
Quem viu O desassossego, que para mim que não sou cinéfila, é o
top do top, não se decepciona com Peregrinação.
As aventuras e desventuras desta figura histórica que
navegou pelo Oriente durante 21 anos, onde foi “13 vezes cativo e 16 ou 17
vendido, são tratadas com grande inteligência e sensibilidade. Não há cenas a
mais nem a menos. É um relato de imagem personalizado pela imaginação do
realizador, sabiamente articulado com o coro personificado pelos companheiros
de Fernão Mendes Pinto.
Predominam cenas com pouca luz, que propositadamente evita
erros de cenário e converte todo o registo muito intimista. Só falhou o pormenor das cordas, sempre
novas, sempre branquinhas, acabadas de sair da cordoaria.
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