A propósito de Ceuta
No
dia 21 de Agosto de 2015, fez 600 anos que os portugueses tomaram Ceuta e
mudaram o destino de um pequeno país localizado no extremo de um continente,
abrindo portas para um mundo novo.
Reservando-me
a comentar sobre a área polemica deste acontecimento histórico (a matança de
Ceuta), reconheço que talvez tenha sido esta, a porta principal para a
globalização do mundo e é disso que nos devemos orgulhar, portugueses
complexados com as colonizações, e que os outros países têm e mantêm sem grandes
arranhões na sua dignidade.
Ceuta
é hoje o território de contacto entre dois continentes, com uma história que
tem Portugal como personagem principal. A História existe e gosto de
conhece-la, orgulhando-me ou não dela. E nesta história há sempre várias histórias,
a história carniceira (transversal a todos os países e a todas as épocas) e a
história da aventura e do conhecimento. Nestas coisas da violência, a história
e a expansão de todos os impérios é feita sempre à custa de vidas humanas. Nada
me escandaliza sobre o que se passou há 600 anos, porque a vida humana era
barata nos conceitos do Homem da época, escandaliza-me sim, a história
contemporânea dentro de um contexto de um Homem civilizado que todos
pretendemos e assumimos ser. (Os norte americanos continuam a viver num
território que pertence aos índios, e revelam-se ferozmente contra as
emigrações, enfim… )
Desloquei-me
à cidade do Porto para visitar duas exposições sobre o assunto. Uma localizada
no World Discovery, em Miragaia e outra localizada na Biblioteca Municipal do
Porto, em S. Lázaro.
Sobre
esta última, exposição ilustrada e
inspirada nos excertos do texto da Crónica da Tomada de Ceita de Zurara, que
conta com a participação de 10 ilustradores, devo
assinalar como de grande qualidade - simples, elucidativa e esteticamente bela.
Associar os arcos do claustro do edifício à mostra, através de suportes
semi–transparentes, convertem esta exposição em algo surpreendente e original.
O presidente Rui Moreira e a sua equipa, estão
de parabéns. É preciso pensar, antecipar, organizar e depois partilhar a tempo
e horas!
Consultei a agenda cultural aqui
do nosso burgo real – feira das velharias, futebol, observação das estrelas,
circuito de Vila Real…..,
….temos como personagem ilustre,
D. Pedro de Meneses, que a maioria desconhece quem é.
Publicado no NVR
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