SOU UMA BABY BOOMER e
não sabia, mas estou bem, obrigada.
Sou um misto
da geração Baby Boomer e da geração X, escrevendo num computador e usufruindo
de algumas ferramentas da geração Z. Não dispenso a televisão, nem a internet,
mas junto-me aos amigos para conversar e para me divertir. Leio livros em
qualquer suporte e utilizo as web2.0.
Não entendem
o que estou a escrever? Não sou socióloga, mas sei que as últimas gerações
encontram-se tipificadas segundo características… afinal, o mundo tem-se
alterado rapidamente e tipificar facilita o entendimento entre todos. Achei
piada às denominações, que também só por si espelham as grandes mudanças dos
séculos XX e XXI.
Antigamente
as gerações sucediam-se aproximadamente de 25 em 25 anos e o mundo rodava muito
devagar; quanto mais antigamente, mais devagar o mundo rodava, mas conservando
sempre os minutos, as horas, os dias e os anos, do grande relógio do universo.
Atualmente,
o relógio é o mesmo, mas as gerações sucedem-se mais rapidamente, de 10 em 10
anos e estão catalogadas da seguinte forma:
Boomer – Nascidos durante a 2ª guerra, hoje
aposentados, são pragmáticos, disciplinados, leais e admiram a autoridade.
Sofreram na pele os conflitos mundiais potencializados pela 2ª guerra mundial.
Foram criados em casa, pelos próprios pais, orientados pela moral e os “bons”
costumes e são carentes de habilidade tecnológica.
Baby Boomer (explosão de bébés, crescimento
demográfico) - Nascidos após a guerra, hoje têm mais de 45 anos, com grandes
capacidades de inovação, inventores de “Make love, not war” e têm aversão aos
exercícios bélicos. Favorecem as artes como forma de evolução humana. O
Woodstock e a guerra do Vietnam são pontos de referência nesta geração que
estudou as ideologias e viveu as “ revoluções” dos anos sessenta e setenta
(emancipação da mulher, movimento hippie, Che Guevara, liberdade sexual, direitos
civis, Martin Lutter King, ida à lua, rock and roll e a TV). Muitos ocupam hoje
cargos de chefia e privilegiam a gestão dos conflitos, num quadro de valores
libertários e otimistas, com ideais humanistas. Assistiram ao nascimento da
tecnologia. Desafiam o sistema onde actuam pois têm uma “genética”
revolucionária. Apesar de tudo é uma geração próspera, com alguma inabilidade
tecnológica, mas riquíssima em experiências vivenciais.
Geração X - É a geração percursora dos recursos tecnológicos, nascida nos anos
setenta, mas um pouco formatada, resistindo à inovação, sofrendo de alguma
insegurança em termos profissionais e pessoais. É a geração do aparecimento da
SIDA, da popularização do divórcio e do multiculturalismo, mesmo assim deseja
estabilidade, equilibrio e tranquilidade. É a primera geração que domina
verdadeiramnete os computadores, partilha informação e realiza trabalho de
equipa. Viveu em pleno a bipolaridade da guerra fria.
Geração Y – Contemporâneos da queda do muro de
Berlim, nasceram na década de 80 e num curto espaço de tempo viveram os grandes
avanços da tecnologia, desenvolvendo-lhes a capacidade de realizar várias
tarefas ao mesmo tempo – navegar na net, ler emails, ouvir musica, escrever,
falar ao telemóvel – alterando os seus hábitos (menos televisão e mais
computador). A geração Y ambiciona novas experiências e quer rapidamente chegar
ao topo das profissões. Quer movimento, inovação, rapidez, já que as
solicitações são cada vez maiores e efémeras. Para alcançar o topo,
sacrifica-se seja quem for, doa a quem doer. Tem dificuldade em entender o
mundo sem tecnologia. Os seus elementos vivem um permanente conflito, são
consumidores compulsivos e tem preocupações ambientais. Saem cada vez mais
tarde da casa dos pais, trabalham para viver, recusam trabalho servil e buscam
mais lazer.
Geração Z- Nascidos no final dos anos 90, são os
verdadeiros nativos digitais, que ainda não estão inseridos no mercado de
trabalho, mas já se constituem problemáticos para as gerações anteriores. Estar
sempre conectado com o mundo é a linha que traça o seu perfil individualista, antissocial
e que zela pouco pela sua privacidade. Nunca viveram num mundo sem computadores
pessoais, telemóvel, mp3, internet, playstation… Têm uma capacidade de
entendimento do mundo digital muito superior do que as gerações anteriores, mas
não sabem brincar ao ar livre, não sabem fazer amigos reais e levam uma vida
sedentária, com grande percentagem de obesos. O mundo real e a família secundarizaram-se.
Vivem apenas o presente, com pouca paciência para as gerações analógicas e são
um pouco desumanizados. Vivem em rede virtual, são inteligentes e tolerantes
perante outras culturas, mas não sabem trabalhar em equipa.
Como sou uma
Baby Boomer acredito na gestão de conflitos entre gerações, transformando os
constrangimentos em oportunidades de aprendizagem.
Todas as
gerações tem a aprender umas com as outras. Sempre foi assim.
Qual é a sua
geração? e o que virá a seguir?
AQ (revoltando os dias)
Publicado em NVR