

Entra-se, senta-se e mergulha-se numa tela de pintor naturalista, que afinal é uma janela...uma ampla janela de rochas e mar. Uma janela de sonhos e cumplicidades. Uma janela que nos convida a reflectir e depois sonhar.
Mão na mão, um café e um carioca de limão.
...e o mar manso formando pequenas vagas teimosas em invadir a areia, as rochas, as consciências...por vezes reina o silêncio matizado pela música do mar e um jazz qualquer.
Fecha-se os olhos, com o corpo acolhido numa velha poltrona... partilha-se o sonho, toca-se a alma, suavemente como "uma lágrima de cristal", e lentamente o olhar voa até à linha do horizonte, contornando as rochas, sobrevoando a tarde, como a quem já conhece ainda sem se conhecer. Envolve-nos, seduz-nos.
Apetece olhar, apetece tocar, apetece reter o cheiro, apetece parar os ponteiros do relógio e saltar para a outra dimensão, apetece pintar o mundo de azul ciano, apetece mudar de ângulo de visão, apetece apetecer.
Para quando uma, outra e outra vez?