INTERNI MUTANT ARCHITECTURE & DESIGN . FuoriSalone 2011 Design Week in Milan from Vitor Gabriel on Vimeo.
30 abril, 2011
Obrigada João
Tudo morria de fome, mas ninguém ousava mostrar as suas competências em pilotar um fogão, num final de dia de Julho. A preguiça e o cansaço sobrepunham-se à vontade de deglutir.
O dia foi cheio, a noite anterior também.
O dia foi dedicado a visitar o património popular do Alto Minho, pontualmente orientado pelo mestre Távora.
A noite anterior foi animada como só os teenagers o sabem fazer - do nada criar um universo de humor, que mata todas as horas da noite até de madrugada. Os blues, o rock e o jazz invadiram aquela casa com uma arquitectura que espicaçou a criatividade de cada um e desde a entrada ocupou espaço no coração de todos. Era uma constante ouvir uma exclamação de apreciação àquele espaço tão bem concebido na sua volumetria interior.
Claro que o João fez das suas ao longo da noite, chegando ao ponto de ser necessário recorrer aos materiais de primeiros socorros. A guitarra foi continuamente dedilhada. Nessa época ninguém se preocupava com os fumadores passivos. A cadeira butterfly de Antonio Bonet foi disputada em toda a nossa permanência naquele espaço habitável. As poucas horas dormidas remataram com o carinho de alguém que delicadamente pôs no leitor de cassetes, o inigualável "Wish you were here" dos Pink Floyd, abrindo suavemente as cortinas sobre a foz do rio Minho.
Mas tudo morria de fome. Os dois que tinham fama de serem os mais decididos da turma, aventuram-se na confecção do jantar.
Eu e João.
Saiu um arroz temperado com brandy e uns saborosíssimos bifes, marinados em grande discussão sobre a emancipação da mulher e o eterno machismo na hora de chegar a casa e fazer o jantar. Alguém me cantou lady Jane lady Anne dos Rolling Stones ,
apaziguando a minha revolta em volta de tachos e frigideiras, seguido de um BB King num blusão que só o João sabia interpretar.
Obrigada João por pores tantas vezes a tua guitarra a cantar e a chorar para nós.
Um aplauso grande para ti.
Até…ao infinito????
Anabela Quelhas
29 abril, 2011
19 abril, 2011
17 abril, 2011
ESTILHAÇOS DE CESARINY POR LUXÚRIA CANIBAL
09 abril, 2011
08 abril, 2011
dura dita dura
dura
dita
dura
«Era uma vez um menino pequeno que vivia num país pequeno virado para o grande oceano. Dizia-se que nesse país grandes homens e homens de todos os tamanhos se tinham lançado pelo mar dentro à procura de outros países e de outros homens. Mas isso tinha acontecido há tanto tempo e o menino de que estamos a falar nunca tinha molhado os pés no mar...»
<< Um espectáculo de marionetas para todas as idades acerca da atmosfera de terror surdo que reinou durante meio século num país onde as paredes tinham ouvidos. Através do olhar atento, por vezes atónito, de uma criança bem amada mas permeável ao mal-estar dominante, pretende-se dar a conhecer um passado ainda próximo e tende contudo esbater-se nas “brumas da memória”
Teatro de sombras, animação de objectos, pequenas máquinas de cena e outras engenhocas cinéticas aliam ao texto narrado várias acções de construção plástica. Música e outros efeitos sonoros integram a dimensão narrativa e criam momentos de descompressão e diversão.
DURA DITA DURA É A HISTÓRIA DE UM MENINO, O BALTAZAR, QUE CRESCE ALGURES, NUMA TERREOLA PERDIDA DE UM PORTUGAL ESQUECIDO - MAS APERTADAMENTE VIGIADO E AUTO VIGIADO. BALTAZAR É MUDO, MAS NÃO SURDO. A SUA VIVACIDADE DE MENINO FORA DO BARALHO CONFLITUA MANIFESTAMENTE COM O OBSCURANTISMO QUE CARACTERIZA O PORTUGAL DOS PEQUENINOS. BALTAZAR É UM ESCÂNDALO DE SILÊNCIO NUM PAÍS SILENCIADO. MAS NÃO SE ESCOLHE O LUGAR E O TEMPO ONDE SE NASCE.>>
Texto e canção: Regina Guimarães
Encenação, cenografia e marionetas: Igor Gandra
“Era um pais onde se vivia mal e que se achava normal”- é o que permanece na minha memória.
Vi ontem e senti-me privilegiada por estar na plateia ainda por cima como convidada a ver um espectáculo, fascinante e tocante. Desde a primeira cena que o Igor nos induz a conhecer Baltazar e mergulhar no Portugal salazarista. O monólogo multifacetado e desenvolvido de forma dinâmica com os seus pequenos bonecos (figuras estilizadas), num cenário belo, meticuloso e genialmente concebido, articulando luz e som, deu um resultado final surpreendentemente belo.
Nunca esquecerei.
Muito obrigada!
Anabela Quelhas
8/04/2011