Amazing Port of Amsterdamtimelipse by @Drone Addicts
Posted by Ocean Reality on Quinta-feira, 27 de agosto de 2015
31 agosto, 2015
Porto de Amsterdam
28 agosto, 2015
Colecciono pores-do-sol
Fechada nos meus silêncios e neste
caminho cheio de encruzilhadas, colecciono pores-do-sol todos diferentes, em
cada fim de tarde. Poderia colecionar calendários, latas de cerveja, copos de
cristal, …
Colecciono pores do sol.
Junto-os um a um, ondeados por
outros e outros de cada dia registados na minha memória, ou não apenas. São todos
especiais, coloridos por aguarelas delicadas ou vibrantes, pinceladas atrás de
montanhas ou ao fundo de um mar imenso, casando com a linha do horizonte e
aceitando a sobreposição de pequenas neblinas, fumarolas ou entre nuvens
ameaçadoras.
Gosto deles vibrantes, que se vão
formando ao longo dos últimos minutos do ocaso, acentuando-se o pigmento
carmim, perante o meu deleite de espectadora atenta e coleccionadora de pores-do-sol.
O meu olhar sensível a estes cenários fabulosos que a natureza nos premeia, abre
pensamentos sobre a nossa ínfima pequenez no universo, feita de pequenas
escalas de interesses que na verdade, nada interessam, perante o espectáculo
oferecido gratuitamente e diariamente pelo astro-rei. Produzem em mim,
silêncio, entre vários outros silêncios e sossegam um pouco a minha inquietação
permanente cifrada em milhentas tarefas que aceitei realizar neste planeta cada
vez menos azul.
A relatividade de tudo perante um festival de
cor e de perfeição, na última meia hora do dia, contendo o momento mágico, esfuma
contradições e secundariza as grandes questões do mundo. Só perde quem não vê.
É indescritível o pôr-do-sol,
assistido a partir do templo de Poseidon, cabo Sounion, Grécia.
É mágico o pôr-do-sol tendo o Taj
Mahal, como cenário, na Índia.
É absolutamente esmagador o pôr-do-sol
na savana africana.
Também aprecio o pôr-do-sol,
filtrado pela serra do Marão, de costas para a pequena capela de Nossa Senhora
de Guadalupe, localizada em Mouçós - 5 séculos de história que tem como rotina
presenciar diariamente o sol a esconder-se atrás da serra do Marão, lá longe,
um pouco antes do infinito. O recorde morfológico da serra, pode virar perfil
iluminado e inundando de luz tudo o que o rodeia nos diversos planos da
perspectiva, mas também pode virar perfil de luz coada pelas nuvens produzindo
efeitos celestiais divinos, realçando formas que por vezes andam esquecidas tão
perto de nós.
É um espectáculo popular e
diversificado, irrepetível e diferente consoante a localização do observador,
capaz de despertar o lado poético e romântico do ser humano e a sua capacidade
de reflexão. Parece que cada um é realizado de propósito para cada um dos nós,
como se cada um fosse a pessoa mais importante do mundo e o centro do universo.
Os
astro-rei não pára de nos surpreender quando se despede– cada vez mais cedo,
cada vez mais cedo, cada vez mais cedo…. e depois, cada vez mais tarde, cada
vez mais tarde, cada vez mais tarde. Espero que volte sempre.
AQ
Publicado em NVR 19/08/2015
27 agosto, 2015
Casa Barbot - Vila Nova de Gaia
Casa Barbot
A casa mais bela da cidade de Gaia, uma das mais belas da zona do Porto e do norte do país, funcionando como instalações do Pelouro da Cultura. Património e Turismo e denominando-se Casa Municipal da Cultura é indicada aos turistas como local a visitar e onde se faz, parte da mostra da Bienal de Arte de Gaia 2015.
A casa mais bela da cidade de Gaia, uma das mais belas da zona do Porto e do norte do país, funcionando como instalações do Pelouro da Cultura. Património e Turismo e denominando-se Casa Municipal da Cultura é indicada aos turistas como local a visitar e onde se faz, parte da mostra da Bienal de Arte de Gaia 2015.
Prefiro chamar-lhe Casa Barbot, como sempre lhe chamei.
Construída em 1915, localizada na Av. da República, Vila Nova de Gaia, marca
uma época, sendo o único exemplar de arte nova desta cidade e foi classificada
em 1962 como imóvel de interesse público. Na informação on line consta que a casa foi alvo de obras de recuperação
realizadas pela Câmara Municipal.
Experimentem entrar.
Nos últimos dois anos visitei-a duas vezes e duas vezes me
decepcionei. É visível a degradação progressiva da casa. Se houve obras de recuperação
foram certamente mal executadas ou não se garantiu posteriormente, a conservação
do edifício. Infiltração de águas, fissuras, vidros partidos, abajurs mal substituídos,
pavimentos sujos, gessos a cair, papel de parede descolado, cheiro a tabaco, e… uma
máquina de bebidas …. emparedaram o fundo do jardim… adicione-se um desleixo visível da parte de quem lá
trabalha: automóvel estacionado no jardim, caixotes no chão, mangueiras no
jardim, tapete de gosto duvidoso, escova do cabelo na instalação sanitária…. enfim….
observem as fotografias, ampliem e observem.
Não tive acesso a toda a casa. Isto foi apenas o que eu vi.
Tive dificuldade em fotografar e disfarçar esta realidade. Eu sei que talvez
tenha espreitado onde não devia, eu sei
que não há dinheiro, eu sei que , eu sei , eu…
Eu sei que a entrada é gratuita, mas eu preferia pagar.
Como é gaienses, temos um teleférico para apreciar o Porto e
não temos uma casa Barbot para deliciar o olhar?
Não tenho palavras, apenas indignação.
AQ
(clique na imagem para ampliar)
Qual chafariz, qual que???? uma torneira à maneira
Os guarda chuvas, os caixotes e o cheiro a tabaco
O caminho traçado no pavimento que esbarra com uma parede
O tapete improvisado, com os dois pézinhos |
À esquerda o pormenor do secador de cabelo e da escova; à direita o doseador |
Os abajours, até um verde teve lugar neste candeeiro |
Lindo! |
O veículo que insiste em ficar na fotografia |
Isto pretende ser um jardim |
Construção localizada ao fundo do jardim |
Janelas fechadas |
15 agosto, 2015
MAZGANI
Assisti hoje a momentos de rara beleza.
Um pequeno concerto ao ar livre, junto a uma esplanada integrada num grande parque com relva, árvores e rio, e supostamente com um pôr-do-sol, a poente. O pôr-do-sol ausentou-se entre o céu nublado, mas tudo o resto foi mágico. O silêncio do espaço verde, recortado por pequenos sons infantis, das crianças que brincavam ao longe e as soberbas baladas de Mazgani. Cantor, guitarrista, escritor das canções que interpreta e que encanta quem as ouve, levando-nos a mundos imaginários.
Só perdeu quem não esteve - o ambiente bucólico de final do dia e as baladas de Mazgani a tocar-nos na alma, são oportunidades únicas na nossa vida para nos sentirmos privilegiados.
O público desta vila, ainda não se habituou a estas bolsas de alta qualidade musical que vão acontecendo por aqui e que são irrepetíveis.
A primeira vez que vi e ouvi Mazgani foi na FNAC, há mais de ???? 4 ou 6 anos… depois assisti a 2 espectáculos nesta cidade e agora conforme se foi tornando numa estrela, pensei que deixaria de ter oportunidade de o ouvir ao vivo. Engano meu - Mazgani , sozinho, sem banda, ao pôr-do-sol que não houve, a escassos metros de distância de mim, bebericando chá e brincando com as palavras e com a música.
Excelente,
AQ
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