…para o meu amigo Poliedro (fumador militante) eu poderia comprar”O pequeno livro para deixar de fumar”, para o Orlando Blume (vanguardista) seria “António Variações – entre Braga e Nova Iorque”; para o Vítor (namorado da minha filha), nada melhor que “Dê cabo da sua vida amorosa”, para o meu amigo Jota (que necessita de um bom modelo literário que o inspire na contagem regressiva à beira do Zulmarinho) seria, “Vou contar-te um segredo” da escritora de tão grande sucesso, Margarida Rebelo Pinto,… (ok, prontos… dou a mão à palmatória!!!! Embirro com ela!), para um compincha que vive lá na Normandia, um “prontuário da língua portuguesa” veria mesmo a calhar, para a prima Edite (que anda sempre com a carta astrológica e a desbaralhar-me com bolas de cristal, conchas, caranguejos, escorpiões, e outros que tais, que vivem à beira da agua, mas que são fogo…eu sei lá) iria levar com “O Livro das Respostas”, para o meu neto (que tem a mania q é super herói), “Capitão cuecas”, para o Naondinho (economista), “Freakonomics- o estranho mundo da economia”… e por aí fora!!!!
Se pensam que estou pra aqui a reinar, desenganem-se! Eu não inventei nada, edição numero 46 “os meus livros”….
Mas aí, pensei, pensei, repensei… afinal um livro é um amontoado de letras, algo impessoal, que se perde em qualquer estante, correndo o risco de não combinar com o tapete tipo persa… e bem espremido o que dá? Montes de pó e cotão, que dá um trabalhão a limpar! Depois são quase todos, uma seca, só letras… sem bonecos…ainda por cima letra miúda, daquela que para ler depois dos 40, só de braço estikado!!! … e pesam! se pesam antes de adormecer! acordando o leitor sempre que se esparrama no chão, quebrando a magia do iniciar dos sonhos. Por outro lado, toda esta gente está bem na vida, não têm nenhum móvel de perna bamba a necessitar de num calço literário, daí a completa inutilidade de um livro.
Olhem, revi a minha ideia, não seria uma boa prenda e decidi-me mesmo pelo Chaolin, com presentes personalizados, e com a qualidade do oriente. A estrela também não surgiu do oriente? Então!!!! Tem tudo a ver!
Sei lá… peúgas para o tio Zé, os três pastorinhos para a sogra, uma boina para a sogro, a oitava gravata para o tio Joaquim (que as estima de tal forma que nem as usa para não estragar), um suporte para telemóvel com forma de sapato de senhora, para a Miquelina, um pisa papeis, para o sobrinho António e lenços de assoar, com monograma bordado, para aqueles que já me ia faltando a imaginação.
Regressando ao repasto, pois foi uma mesa farta!
A acompanhar e a estabelecer a diferença deste natal, todos tiveram o prazer em ouvir ao longo das refeições “A noite feliz”, versão barriga de pai natal, que eu pendurei no lustre, central, e que ao mesmo tempo que emitia aquela sonoridade celestial, abanicava os braços e a cabeça – uma ternura!
Tirei fotos a todos, o mesmo cenário do ano anterior, com o barrete de pai natal na cabeça, face bem rosada e aquele sorriso de quem esta a pedir uma água das pedras com urgência. Aos menos fotogénicos, sugeri-lhes a pronúncia de “bananaaaaa” para melhorar a sua estrutura facial, e apresentarem uma xipala que não assuste a objectiva da câmara.
Os meus presentes?
Os que recebi?
Bem, voltei a receber um saleiro e um pimenteiro, um pijama, o tal livro do Dan Brown, os Ferrero Rocher (dos mais imaginativos), as luvas (já tenho seis pares e que me fazem imensas frieiras)….
Apresento o meu protesto!, ainda não foi desta q recebi ouro! Acho que tenho que divulgar melhor a estória dos três reis magros.
Entre frituras, açúcar e a canela mais conhecida por mirra, iam-me chegando sms dos mais variados sítios.
Agradeço a todos o carinho. Todo o mundo saudando a minha família em simultâneo, nem sei bem porquê, desconhecendo eu, que afinal todos se conheciam. Como o mundo é pequeno!
Simmmm, correu bem, parecia mais um exercício de restauração numa cantina de estudantes, do que refeições familiares caseiramente servidas por je. De bata caveada, socas nos pés e soquetes, foi assim que apurei os paladares gastronómicos.
Não acreditam? A esta hora, nem eu! São 23 horas e 45 minutos do dia 31 de Dezembro dde 2007 da era do Senhor (como o Senhor tá kota!!!).
Mas que ganza! Vou mazé para o reveillon e conversar com Iemanjá.
BOM ANO PARA TODOS E EU NA VOSSA COMPANHIA.