PALÁCIO DE CRISTAL DO RETIRO - Madrid
19 fevereiro, 2025
PALÁCIO DE CRISTAL DO RETIRO - Madrid
"AMOR GIGANTE" - José Mário Branco
Voz: João Carlos Carranca
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DOIS FILMES E DOIS BONS MOTIVOS PARA IR AO CINEMA
DOIS FILMES E DOIS BONS MOTIVOS PARA IR AO CINEMA
”Ainda Estou Aqui”
Tenho explorado alguns
dos trabalhos da actriz Fernanda Torres, que nos habituamos a ver em
telenovelas, assim como a sua mãe, a brilhante Fernanda Montenegro. Por estes
dias as salas de cinema deste país passam o filme ”Ainda
Estou Aqui” realizado em 2024, com três indicações ao Óscar 2025: Melhor
Filme, Melhor Filme Internacional e Fernanda Torres como Melhor Atriz. Vale bem
o seu visionamento.
"Ainda Estou
Aqui" é um filme poderoso e impactante, abordando um capítulo doloroso da
história do Brasil através da perspectiva de uma mulher, Eunice; que enfrenta a dor do desaparecimento do
marido durante a ditadura militar. A escolha de Walter Salles como diretor,
conhecido pelo seu talento em contar histórias profundas e humanas, promete uma
narrativa sensível e comovente.
A representação de
Fernanda Torres e Fernanda Montenegro certamente traz uma profundidade
emocional à história de Eunice. A luta de Eunice para manter a normalidade familiar,
no meio do caos e a sua busca incessante pela verdade, destacando a resiliência
e a força feminina em tempos de opressão. Além de ser uma narrativa pessoal, o
filme oferece uma reflexão mais ampla sobre o impacto da ditadura militar no
Brasil, especialmente nas vidas das famílias que sofreram com a repressão. A
menção ao papel das mulheres na resistência é especialmente significativa, dado
que muitas vezes essas histórias não recebem a atenção devida.
É um filme interessante,
que educa e provoca a reflexão sobre temas importantes como os direitos
humanos, a perda e a luta pela verdade. É um testemunho do poder do cinema como
ferramenta de memória e resistência.
Se aprecia o trabalho
de Fernanda, procure duas séries que constam do seu currículo, que poderá ver
na Globo Play: “Filhos da Pátria” e “Fim” .
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“O Brutalista”
O filme "O
Brutalista" apresenta uma narrativa rica e envolvente, explorando não
apenas a trajetória profissional do arquiteto László Toth, um visionário, mas
também as complexidades emocionais e sociais enfrentadas por ele e a sua
esposa, Erzsébet. A fuga da Europa pós-guerra simboliza a busca por esperança e
renovação, enquanto o encontro com Harrison Van Buren, o industrial rico,
enigmático e carismático, representa a possibilidade de realização e ascensão
na nova terra.
Ao longo do filme, a
relação entre László e Erzsébet é central, mostrando como o stress e as
pressões do sucesso podem testar os laços matrimoniais. A ambição de László em
criar um monumento que não apenas represente os seus valores estéticos, mas
também a identidade emergente dos Estados Unidos, lembra questões sobre o que
significa realmente "pertencer" a um novo lugar e como a arte pode
impactar a sociedade.
A narrativa desenrola-se
entre momentos de grande triunfo – a realização do projecto e o reconhecimento
do talento de László – e tragédias pessoais, por vezes inesperadas, que podem
destabilizar as suas aspirações.
A estética brutalista
do filme não se limita à arquitetura, mas estende-se à cinematografia,
reforçando a ideia de que a beleza pode ser encontrada na imperfeição e na
luta. Assim, "O Brutalista" torna-se um processo de meditação sobre a
ambição, a identidade e o que realmente significa deixar um legado, oferecendo
uma visão profunda não apenas da vida de um arquitecto, mas da própria América
em transformação. Um filme que ficará certamente na história do cinema.
Publicado em NVR 19|02|2025
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AULA DO VISÍVEL
Tive o enorme prazer de visitar a exposição "Aula do Visível", onde consta a colecção de obras de arte do Engenheiro Ilídio Pinho no magnifico edifício da antiga Faculdade de Letras, actual Abel Salazar, na cidade do Porto, inaugurada no dia 11 de Fevereiro..
“Aula do visível” mostra centenas de obras de arte moderna e
contemporânea que contam a História de “continuidade e rutura” da arte
portuguesa, do século XIX até à atualidade.
O nome da exposição é autoexplicativo. “Aula do visível”
pretende oferecer à “comunidade académica e ao país uma aula autêntica sobre a
forma um pouco linear como a produção artística nacional evoluiu em 145 anos”.
Ao todo, estão expostos no edifício Abel Salazar 120 trabalhos de pintura,
desenho, escultura e fotografia, datados entre 1880 e o ano passado.
Entre as obras expostas, destacam-se dois núcleos dedicados
a Vieira da Silva e Amadeo de Souza-Cardoso, artistas centrais no século XX
português. A exposição apresenta referências da modernidade
nacional como Mário Eloy, Almada Negreiros, Sarah Affonso, Júlio Resende, Nadir
Afonso ou Mily Possoz. “Aula do visível” apresenta ainda obras Helena Almeida,
Júlia Ventura, Maria Beatriz, Batarda, Nuno Barreto e Paula Rego, entre outras.
O próprio edifício merece o nosso olhar. Tanta vez que
estive por ali, e agora de cara lavada, manifesta o seu esplendor. Uma peça de
arquitectura requalificada sendo projectada pelo arquitecto Rogério Azevedo (1898-1983)
e Baltazar Castro (1891-1967).
Não perca!