20 novembro, 2024

CIRCULANDO AOS QUADRADOS

 https://www.youtube.com/watch?v=UXEw_b7F3mk

Hoje no Karranca às quartas.

Concertos de órgão na Sé


 Concertos de órgão na Sé

     Sou uma roqueira, agnóstica, mas que vou fazendo pontos para entrar no Céu, visitando igrejas, com olhar arquitectónico, estudando-as, fotografando-as, partilhando imagens e agora ouvindo concertos de órgão de tubos.

Vila Real conseguiu uma programação mensal, com concertos de órgão, de grande qualidade. Ao longo deste ano civil tivemos um concerto por mês, com organistas de gabarito internacional, oportunidade rara ao nível cultural. Os vila realenses andam distraídos e não enchem a Sé. Sobram cadeiras vazias.

Deveriam melhorar a divulgação destes eventos. É preciso encher a Sé. Só tenho encontrado informação no Facebook no perfil “Órgão sinfónico da catedral de Vila Real”. Há pessoas que não têm Facebook e tenho partilhado via mensagem esta informação. Encontro no público, sempre as mesmas pessoas. É urgente divulgar e envolver os jovens, nestes espectáculos raros e gratuitos. Ter o Conservatório de Música, mesmo ao lado, dá que pensar. Onde estão os jovens instrumentistas?

Temos esta oportunidade desde 2016 e não a estamos a valorizar e enriquecer. Um órgão Mascioni, com quatro teclados e 33 registos para um total de 2.180 tubos, não é para qualquer um, nem para qualquer espaço, e nós temos!

Sou roqueira como disse, não me considero uma melómana e também não sou daquelas que dizem que só trabalha ao som da música clássica; a minha “música” é mais pilares e vigas, rock and roll e blues… mesmo assim, aprecio boa música e não desperdiço oportunidades destas, até porque são únicas, cumprem-se horários, o alinhamento nunca é pesado e durante esse tempo mergulho na sonoridade do órgão de tubos, exaltada pela sonoridade do lugar, uma nave gótica, sóbria, de granito à vista, datada originalmente de 1424. Ou seja, ainda no dia 14 Novembro usufruí da sonoridade produzida pela organista italiana Federica Iannella, organista com 22 anos nesta vida, num espaço com 600 anos de história, orações e recolhimento. 

Ainda teremos o concerto do dia 12 de Dezembro com José de Eça (Portugal) tenor e Giampaolo di Rosa.

Fiquem em casa, no sofá, vendo a programação “maravilhosa” da televisão e depois digam que Vila Real não tem oferta cultural. Por favor mudem de vida e de velhos hábitos. Isto não é só encher a avenida para ver a Bárbara Bandeira e o Fernando Daniel, há mais mundos para além deles.

Publicado em NVR 20|11|2024



17 novembro, 2024

ENCONTRO DE AMIGOS 2024

Hoje foi dia de beijos e abraços, vários e apertados.

11 amigos a festejar a amizade, e tudo aquilo que nos une ainda hoje. Éramos o grupo de assalto à diversão da rua do Breiner e da Rua Montes Burgos, na cidade do Porto, há muitos anos. Jantares, festas de garagem, passeios, encontros no café e alguns, noites sem dormir debruçados no estirador. O Porto era nosso, na Ribeira, no Bateau, na Casa de Chá e no 1º do Hotel D. Henrique-~

Gostei de vos ver, as saudades nunca se matam, sentem-se, e nós continuaremos a senti-las. O que mais interessa é que cada um pertence às vivências dos outros e vive nos seus corações.

Tivemos uma sala por nossa conta, festejamos a vida, recordamos cenas, rimos e combinamos encontros futuros - tanto para partilhar em tão pouco tempo. Cada um teve o seu percurso de vida, todos bem-sucedidos, bem-dispostos e bem-resolvidos e agora é continuar a aproveitar a vida. 

Gosto-vos tanto.


 

16 novembro, 2024

14 novembro, 2024

13 novembro, 2024

Uma imagem vale mais do que mil palavras.

 


Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Esta imagem, referenciada em muitos títulos, revela o espanto de alguns americanos e do mundo e o sentimento de perda de algumas conquistas em benefício do Homem e da democracia.

Desde quarta, que me deu o súbito desejo de ver o canal Panda, pelos motivos óbvios.

Depois regressei à realidade e de tudo o que vi e ouvi sobre o tema, retive a seguinte frase: “(…) a democracia, o único sistema que permite hoje ao fascismo atingir o poder sem golpes de Estado.(…)”[Carlos Esperança].

Parece-me surreal, que as mulheres votem contra os direitos das mulheres, os negros votem contra os negros, os latinos votem contra os latinos, os emigrantes votem contra a emigração, os intelectuais votem contra a cultura, os tolerantes votem contra a tolerância e os pobres votem contra os pobres…  Foi assim na América, e se é assim… verei mais vezes o canal Panda.

É curioso também que, logo após a divulgação dos resultados desta eleição, e consultando a plataforma Trends da Google, página que proporciona seguir a tendência de pesquisa, por temas e países, e esta indique que a pesquisa mais procurada “foi mudar-me para Portugal”. Será verdade? Vamos levar com o Camones?

Qual será o verdadeiro significado desta pesquisa?

Portugal é já um dos destinos de férias preferencial dos norte-americanos.  Entre Janeiro e Junho de 2024, o país recebeu mais de um milhão de turistas dos EUA, um crescimento de 15% face ao período homólogo de 2023. Segundo o Relatório de Migração e Asilo de 2023, viviam em Portugal mais de 14 mil norte-americanos (14.126), número que aumentou 44,2% face à mesma contabilização relativa a 2022.

Preparem-se que os Camones virão por aí. Teremos mais um empurrãozinho na especulação imobiliária.

Trump sai vitorioso e agora está mais bem preparado para cortar a direito e vingar-se dos opositores. Temos também Elon Musk como figura importante neste xadrez, pronto a avançar para a próxima presidência, apesar de ter nascido na África do Sul, mas facilmente Trump mudará a lei que impede o acesso de Musk. Ele diz que quer vender carros e foguetes, já é o homem mais rico do mundo, mas ele pretende ser ainda mais rico. 

Resumindo, a política virou negócio incontrolável, cuja dimensão nos passa ao lado, com todos os que irão sofrer com isso a apoiarem e votando contra os seus próprios valores e princípios. O mundo saiu do seu eixo, e opinar é algo que nem faz sentido.

Publicado em NVR 13|11|2024

07 novembro, 2024

A biblioteca


COLAGEM AQ
 
A biblioteca de Maria Helena Vieira da Silva.

"Vieira da Silva sempre evocou a importância da biblioteca do avô materno, na casa onde viveu entre 1911 e 1926. Educada em casa, num mundo de adultos, a jovem Maria Helena fazia da imaginação e dos livros poderosos aliados na sua solidão e na descoberta do mundo. A biblioteca terá sempre um lugar fundamental na vida e obra da artista, assim como o carácter mágico e o mistério que a envolvem."


06 novembro, 2024

A desorganização do Planeta Terra

 

A desorganização do Planeta Terra 

É com surpresa, consternação e receio, que temos acompanhado a tragédia de Valência. Após alguns dias, o balanço é assustador, assim como as imagens, que tivemos oportunidade de ver, quase em directo. Mais de 212 pessoas morreram e imensas pessoas continuam desaparecidas, perdidas em toneladas de lamas, dejectos e tudo o que aquelas chuvas repentinas alagaram e arrastaram consigo, automóveis, árvores, pequenas estruturas e uma ponte.

O Planeta Terra tem enviado avisos, cada vez mais frequentes para vários sítios e países; nada está bem neste planeta, que entrou em fase de desorganização progressiva. 

Arriscando mais uma vez a ser politicamente incorrecta ou pouco assertiva, para alguns leitores, na minha modesta opinião, não se influência o comportamento dum planeta com a nossa atitude activa e preocupada sobre a separação de lixos domésticos. Ajuda apenas, mas nada resolve. Mais uma vez vieram a terreiro alguns radicais, que atribuem as culpas à minha geração dos anos 60 e 70 e lembrando como são importantes as manifestações dos ambientalistas que atiram tinta para todo o lado. Enfim!

É demasiado evidente e todos temos consciência, que estes episódios dramáticos estão directamente ligados com as alterações climáticas – aumento de temperatura, seca, chuvas torrenciais, tufões e mais o que se verá, tudo é consequência de um planeta em desequilíbrio e que já é muito difícil contrariar.

Contestar é a forma mais fácil de divulgar esta preocupação, que afinal é de todos, difícil é alterar práticas e estilos de vida. Ninguém quer regredir para o modelo de sociedade rural do século XIX. Todos queremos o nosso banho de manhã, ter água canalizada, despachar detritos pelas redes sanitárias, viver numa casa confortável, de Verão refrescada com ar condicionado, e no Inverno aquecida e com piso radiante. É isto que todos querem e os nossos jovens, que atiram tinta danificando património, também querem e não passam sem o seu telemóvel com rede 5G. Todos queremos ir ao supermercado e comprar carne, peixe, pão, legumes, numa embalagem de plástico higienizada. E todos nós ambicionamos fazer férias, embarcando num voo de avião até um paraíso tropical. Depois separamos lixo, alguns têm painéis solares e carros eléctricos, reciclamos alguns bens domésticos, vendemos roupa para uma segunda mão e ficamos de consciência tranquila, sim, porque pouco mais conseguimos fazer.

O problema é muito mais complexo e consta de uma progressão tresloucada das economias mundiais, desde a revolução industrial, e da transformação do próprio planeta, das suas regiões, com características próprias, e que o Homem foi alterando em seu benefício, especialmente a ocupação indevida do território. Não são só as ocupações dos cursos de água, activos ou inactivos, pela construção urbana acelerada.

Poucos alertam para a mudança nas plantações de produtos. Nunca se viu plantações de kiwis em Trás-os-Montes, abacates, bananas e outros frutos tropicais no Algarve. Agricultores e ambientalistas dividem-se quanto a esta questão – o uso indevido dos solos nas culturas de regadio, a substituir as culturas de sequeiro. E como os átomos não se vêem, seguimos em frente e só quando se transformam em tragédia é que levamos com os átomos da desgraça na cabeça.

Foquei apenas uma situação neste nosso país pequenino, mas de facto a acção galopante do Homem verifica-se em todo o mundo. Refiro-me à construção de grandes cidades nos países árabes, que têm transformado o deserto em oásis gigantescos de luxo e de conquista à natureza. Pouca informação aqui chega sobre as ilhas artificiais, que proliferam pelo mundo, a agricultura efectuada nos desertos (Califórnia, Austrália, Arábia Saudita, Israel), florestação ou revegetação de desertos, alterações na fauna autóctone, dessalinização da água do mar para criar reservas de água, onde nunca as houve, controlando o ambiente e proporcionando uma agricultura “sustentável” (palavra perigosíssima que alivia consciências).  E que me dizem à semeadura de nuvens, que inventaram para chover no deserto? -  Emirados Árabes, Omã e Arábia Saudita.

O Planeta Terra está farto deste monstro chamado Homem. A Terra permite-nos viver cá, mas é como um senhorio rigoroso, temos que zelar pela conservação, não podemos fazer obras, nem mudar os móveis de sítio.

 

Publicado em Notícias de Vila Real 6/11/2024