19 fevereiro, 2025

PALÁCIO DE CRISTAL DO RETIRO - Madrid

PALÁCIO DE CRISTAL DO RETIRO - Madrid

Projecto de estufa do arquitecto Ricardo Velasquez Bosco 1851

Estufa de Inverno para plantas, actualmente espaço que acolhe eventos.


























 

"AMOR GIGANTE" - José Mário Branco


Voz: João Carlos Carranca

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DOIS FILMES E DOIS BONS MOTIVOS PARA IR AO CINEMA

 


DOIS FILMES E DOIS BONS MOTIVOS PARA IR AO CINEMA

”Ainda Estou Aqui”

Tenho explorado alguns dos trabalhos da actriz Fernanda Torres, que nos habituamos a ver em telenovelas, assim como a sua mãe, a brilhante Fernanda Montenegro. Por estes dias as salas de cinema deste país passam o filme ”Ainda Estou Aqui” realizado em 2024, com três indicações ao Óscar 2025: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Fernanda Torres como Melhor Atriz. Vale bem o seu visionamento.

"Ainda Estou Aqui" é um filme poderoso e impactante, abordando um capítulo doloroso da história do Brasil através da perspectiva de uma mulher, Eunice;  que enfrenta a dor do desaparecimento do marido durante a ditadura militar. A escolha de Walter Salles como diretor, conhecido pelo seu talento em contar histórias profundas e humanas, promete uma narrativa sensível e comovente.

A representação de Fernanda Torres e Fernanda Montenegro certamente traz uma profundidade emocional à história de Eunice. A luta de Eunice para manter a normalidade familiar, no meio do caos e a sua busca incessante pela verdade, destacando a resiliência e a força feminina em tempos de opressão. Além de ser uma narrativa pessoal, o filme oferece uma reflexão mais ampla sobre o impacto da ditadura militar no Brasil, especialmente nas vidas das famílias que sofreram com a repressão. A menção ao papel das mulheres na resistência é especialmente significativa, dado que muitas vezes essas histórias não recebem a atenção devida.

É um filme interessante, que educa e provoca a reflexão sobre temas importantes como os direitos humanos, a perda e a luta pela verdade. É um testemunho do poder do cinema como ferramenta de memória e resistência.

Se aprecia o trabalho de Fernanda, procure duas séries que constam do seu currículo, que poderá ver na Globo Play: “Filhos da Pátria” e “Fim” .

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“O Brutalista”

O filme "O Brutalista" apresenta uma narrativa rica e envolvente, explorando não apenas a trajetória profissional do arquiteto László Toth, um visionário, mas também as complexidades emocionais e sociais enfrentadas por ele e a sua esposa, Erzsébet. A fuga da Europa pós-guerra simboliza a busca por esperança e renovação, enquanto o encontro com Harrison Van Buren, o industrial rico, enigmático e carismático, representa a possibilidade de realização e ascensão na nova terra.

Ao longo do filme, a relação entre László e Erzsébet é central, mostrando como o stress e as pressões do sucesso podem testar os laços matrimoniais. A ambição de László em criar um monumento que não apenas represente os seus valores estéticos, mas também a identidade emergente dos Estados Unidos, lembra questões sobre o que significa realmente "pertencer" a um novo lugar e como a arte pode impactar a sociedade.

A narrativa desenrola-se entre momentos de grande triunfo – a realização do projecto e o reconhecimento do talento de László – e tragédias pessoais, por vezes inesperadas, que podem destabilizar as suas aspirações.

A estética brutalista do filme não se limita à arquitetura, mas estende-se à cinematografia, reforçando a ideia de que a beleza pode ser encontrada na imperfeição e na luta. Assim, "O Brutalista" torna-se um processo de meditação sobre a ambição, a identidade e o que realmente significa deixar um legado, oferecendo uma visão profunda não apenas da vida de um arquitecto, mas da própria América em transformação. Um filme que ficará certamente na história do cinema.

Publicado em NVR 19|02|2025







13 fevereiro, 2025

AULA DO VISÍVEL


 Tive o enorme prazer de visitar a exposição "Aula do Visível", onde consta a colecção de obras de arte do Engenheiro Ilídio Pinho no magnifico edifício da antiga Faculdade de Letras, actual Abel Salazar, na cidade do Porto, inaugurada no dia 11 de Fevereiro..

“Aula do visível” mostra centenas de obras de arte moderna e contemporânea que contam a História de “continuidade e rutura” da arte portuguesa, do século XIX até à atualidade.

O nome da exposição é autoexplicativo. “Aula do visível” pretende oferecer à “comunidade académica e ao país uma aula autêntica sobre a forma um pouco linear como a produção artística nacional evoluiu em 145 anos”. Ao todo, estão expostos no edifício Abel Salazar 120 trabalhos de pintura, desenho, escultura e fotografia, datados entre 1880 e o ano passado.

Entre as obras expostas, destacam-se dois núcleos dedicados a Vieira da Silva e Amadeo de Souza-Cardoso, artistas centrais no século XX português. A exposição apresenta referências da modernidade nacional como Mário Eloy, Almada Negreiros, Sarah Affonso, Júlio Resende, Nadir Afonso ou Mily Possoz. “Aula do visível” apresenta ainda obras Helena Almeida, Júlia Ventura, Maria Beatriz, Batarda, Nuno Barreto e Paula Rego, entre outras.

O próprio edifício merece o nosso olhar. Tanta vez que estive por ali, e agora de cara lavada, manifesta o seu esplendor. Uma peça de arquitectura requalificada sendo projectada pelo arquitecto Rogério Azevedo (1898-1983) e Baltazar Castro (1891-1967).

Não perca!